O ministro da Fazenda, Antônio Palocci Filho, que está em Nova York, disse anteontem que ?precisamos nos acostumar com o sucesso do Brasil? e que o País está pronto para crescer ?10, 15, 20 anos?. Ao encerrar seu discurso a uma platéia de mais de 200 advogados e economistas, Palocci disse que em suas próximas visitas à cidade ?a palavra crise fará parte do passado?. O ministro da Fazenda participava de um encontro que durou das 8h30 às 14h, em que também discursaram outros ministros e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Na saída do evento, questionado se a declaração não era precipitada, Palocci reagiu: ?Precipitado é sempre achar que o Brasil vai ter crises. Precisamos nos acostumar com o sucesso do Brasil, porque em todos os países começam hoje a comemorar o produto brasileiro, a bandeira brasileira, os produtos da nossa agricultura, da nossa indústria. Compram desde soja até avião?. Para o ministro, o exemplo devia ser seguido: ?Então acho que a gente poderia começar a copiar um pouco os estrangeiros quando eles falam do Brasil, e falam muito bem?.
Depois da campanha do governo Lula para mostrar que ?o melhor do Brasil é o brasileiro?, Palocci afirmou que suas declarações não têm tom ufanista. ?Não se trata de você ter confiança apenas por ser brasileiro, mas o Brasil não pode temer o sucesso do seu processo econômico, é um país capacitado mesmo a ter dez anos de crescimento, por que não??
?É um país forte, economicamente viável, com população extremamente trabalhadora e empresas criativas. Precisamos começar a pensar por que não podemos acreditar que vamos crescer dez anos. Tô achando até que dez é pouco, tem de ser de dez a 20, se não não tem graça?, completou.
Mesmo com todo o otimismo, Palocci admitiu que pode haver turbulências, mas disse que seu efeito deve ser pequeno para o País. ?O Brasil está preparado para atravessar um campo com chuvas, com ventos e não absorver nenhuma doença grave. O Brasil está preparado para um período de estabilidade, crescimento, e, se vier alguma pressão externa, vamos fazer o quê? Faz parte do cenário?, minimizou Palocci.
Mais uma vez, não quis se estender em assuntos como um possível aumento do superávit no futuro e os temores de alta da inflação, ?ainda mais em semana de Copom (Comitê de Política Monetária do BC, que define os juros)?.