O freio no consumo ao longo de 2015 fez o País registrar uma redução de 1,3% no número de famílias endividadas no ano. No entanto, aumentou a proporção de inadimplentes, a reboque dos juros mais altos e dos aumentos de preços de itens essenciais, como os alimentos, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

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No ano passado, 61,1% das famílias brasileiras tinham dívidas a pagar, enquanto 61,9% das famílias possuíam algum tipo de dívida em 2014. “Houve uma retração da demanda das famílias por bens e serviços, principalmente daqueles relacionados ao crédito, como os duráveis: automóveis, móveis e eletrodomésticos”, disse Marianne Hanson, da CNC.

Apesar da tendência de redução no endividamento, o indicador de inadimplência teve um salto de 8,4% no período, com agravamento especialmente no último trimestre do ano. O montante de famílias com contas em atraso aumentou de uma média de 19,4% em 2014 para 20,9% em 2015.

Contribuíram para o crescimento da inadimplência os juros mais altos, que elevaram as parcelas e dificultaram a renegociação de dívidas antigas, e as pressões inflacionárias, que tornaram o custo de vida mais caro e fizeram os bens essenciais abocanharem uma fatia maior da renda das famílias.

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Houve elevação também na fatia de famílias que declararam não ter condições de pagar as dívidas em atraso, passando de uma média de 6,3% em 2014 para 7,7% do total de famílias em 2015.

“Com certeza fica cada vez mais difícil para as famílias pagarem as suas dívidas em dia”, avaliou Marianne. “Aumentou o prazo das dívidas, mas isso não foi suficiente para diminuir as parcelas, para reduzir o comprometimento de renda com as contas a pagar.” A parcela média da renda mensal comprometida com as contas a pagar cresceu de 30,4% em 2014 para 30,6% em 2015.

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A pesquisa considera como dívidas os pagamentos a vencer em cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro e financiamento de casa, entre outros. O cartão de crédito manteve a liderança no ranking de tipo de dívida mais citada pelas famílias. Em 2015, 76,1% dos consumidores possuíam contas a pagar no cartão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.