O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira (17), durante discurso no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que não é "pouca coisa" as reservas internacionais brasileiras terem chegado a US$ 150 bilhões. Segundo ele, é um patamar "que nós vamos ter que segurar".

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"Obviamente não posso gastar como gostaria. Tenho tanta coisa para fazer com este dinheiro. É uma reserva que vamos ter que segurar, porque é isso que vai dar estabilidade para fazermos outras coisas.

Momento excepcional

Lula reafirmou, ante a platéia do CDES, que a economia vive um "momento excepcional". "Reconheçam isso para exigir as outras coisas que precisam ser feitas", afirmou ele. O presidente disse que "a maldita inflação, a maldita dívida externa, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e os juros são discussões que estão se exaurindo". Ele lembrou que, hoje, os juros reais já estão em 8%. "E nós poderemos chegar a muito menos, se não tivermos tomado um envelope de compromissos de uma única vez", afirmou, fazendo uma analogia com envelopes de comprimidos. "O problema é que, quando a gente levanta com dor de cabeça, só pode tomar um comprimido de cada vez."

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O presidente advertiu para a seriedade em se "mexer com a política econômica". "Por mais que a situação esteja tranqüila, nós não vamos rasgar notas de R$ 100. Não vamos para o caminho fácil, que possa significar um tropeço maior amanhã e tenhamos de voltar atrás. Voltar atrás é muito pior. Se as coisas estão certas até agora, estamos tão perto de atingir tudo aquilo que queríamos atingir, crescimento acima de 5%, juro em padrão internacional, por que temos de nos precipitar? E por que temos de mudar e tentar dar um rompante? Para fazer mágica e depois não aparecer nenhum coelho?

Lula disse estar tranqüilo, sabendo o que vai acontecer e que se sente mais à vontade de fazer as coisas que são necessárias agora porque não será candidato novamente em 2010 e não poderá ser acusado de fazê-las em benefício próprio. Ele disse ainda que entregará o País em 2010 totalmente acertado e que o Brasil nunca esteve tão próximo como agora de "ser construído e de dar certo". "O que eu quero é que os trabalhadores brasileiros sintam motivo de orgulho em participar deste processo e os empresários também.

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