O Brasil tem pelo menos 37.060 milhões de postos de trabalho na informalidade, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta terça-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

continua após a publicidade

O cálculo inclui os empregados sem carteira assinada no setor privado, trabalhadores domésticos sem carteira, ocupados por conta própria sem CNPJ, empregadores sem CNPJ e pessoas que atuam como trabalhador familiar auxiliar.

continua após a publicidade

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, pode haver mais trabalhadores na informalidade que não estão sendo enxergados nesse cálculo, como, por exemplo, aqueles com CNPJ que não estão em dia com suas contribuições. “São 40,6% da população ocupada que se encontra na proxy da informalidade”, declarou Azeredo.

continua após a publicidade

No segundo trimestre deste ano, houve geração de 657 mil postos de trabalho, o que ajudou a reduzir o total de pessoas desempregadas, mas 79 mil vagas com carteira assinada no setor privado foram extintas. Para Azeredo, ainda não é possível dizer que o quadro na ocupação é positivo justamente por haver ainda um número elevado de pessoas trabalhando na informalidade.

“Isso é prejudicial porque parte dessa população não está contribuindo para a Previdência. Não é bom para essas pessoas nem para a população em geral”, argumentou o coordenador do IBGE.

Quanto ao aumento na população ocupada, Azeredo lembra que parte foi absorvida pelo setor público, 392 mil contratações, e parte pela informalidade, com 276 mil vagas sem carteira assinada no setor privado, 42 mil ocupados por conta própria sem CNPJ, e 53 mil trabalhadores domésticos a mais sem carteira.

“O que a gente tem hoje é uma redução do desemprego em função de aumento da população ocupada. Poderia ser uma notícia positiva, não fosse a queda da população com carteira assinada que a gente vem apresentando. A queda foi menor, mas temos o menor número de pessoas com carteira no setor privado, estamos no menor patamar da série. Em quatro anos, esse numero chegou a cair quase quatro milhões”, completou Azeredo.