O fluxo de dólares para o Brasil inverteu a tendência na semana passada. Dados divulgados hoje pelo Banco Central (BC) mostram que entre os dias 23 e 27 de agosto o País perdeu US$ 1,316 bilhão. Com o desempenho, o fluxo cambial mensal – que estava positivo em US$ 715 milhões no acumulado até o dia 20 – passou para o vermelho e, agora, registra perda líquida de US$ 601 milhões em agosto até a última sexta-feira.

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A inversão da trajetória dos dólares ocorreu especificamente no segmento financeiro, onde são registradas as operações para compra e venda de ações e títulos de renda fixa, além de investimento produtivo, empréstimos internacionais e remessas de lucros e dividendos, entre outras transações. Por essa conta, a quarta semana do mês teve saída líquida de US$ 842 milhões. O desempenho desfavorável foi resultado de saídas de US$ 7,010 bilhões, maiores que o ingresso de US$ 6,167 bilhões observado na semana passada. Mesmo com resultado negativo semanal, a conta financeira acumula no mês a entrada de US$ 1,652 bilhão.

Na conta comercial, dólares continuam deixando o Brasil. Com o aumento das importações em ritmo maior que as exportações, o fluxo de dólares gerado pelo comércio exterior ficou negativo em US$ 473 milhões na semana passada, resultado de importações de US$ 4,632 bilhões e exportações de US$ 4,159 bilhões. No mês, a conta está negativa em US$ 2,252 bilhões.

No acumulado do ano até o dia 27 de agosto, o fluxo cambial continua positivo para o Brasil, com o ingresso de US$ 3,475 bilhões. Na conta financeira, o saldo positivo é de US$ 5,292 bilhões, mais que o suficiente para compensar a saída de US$ 1,817 bilhão registrada no segmento comercial.

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Reservas

O BC reduziu expressivamente o ritmo de compra de dólares na semana passada. Dados divulgados hoje mostram que, na média, a compra diária da moeda norte-americana feita pela instituição elevou as reservas internacionais em aproximadamente US$ 18,4 milhões a cada dia, totalizando US$ 92 milhões. O ritmo é muito menor que o verificado nas três primeiras semanas de agosto – até o dia 20, a média diária era de US$ 194 milhões.

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No início do mês, as compras eram bastante expressivas. Em 4 de agosto, por exemplo, as reservas saltaram US$ 600 milhões em apenas um dia, motivadas pela compra de dólares no mercado à vista. No dia 9, o aumento foi de US$ 400 milhões. No acumulado de agosto até o dia 27, as reservas tiveram elevação de US$ 2,999 bilhões.