A necessidade de financiamento da economia brasileira aumentou em R$ 64,8 bilhões em 2013 em relação a 2012, ficando em R$ 195,5 bilhões, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira, 27. Segundo Rebeca Palis, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, o aumento da necessidade de financiamento externo está relacionado ao crescimento do “déficit externo de bens e serviços”. O saldo de bens e serviços com o exterior registrou déficit de R$ 120,6 bilhões, valor R$ 57,1 bilhões acima de 2012.
Segundo a gerente do IBGE, o aumento nos gastos do governo e no consumo das famílias provocou a queda na taxa de poupança em 2013, para 13,9%. O nível é o menor desde 2001 quando a taxa de poupança ficou em 13,5%. Em 2012, a taxa havia ficado em 14,6%.
“Tem a ver com o governo e tem a ver com o resto, também. O consumo das famílias aumentou por muito tempo, e isso faz com que a taxa de poupança tenha queda”, disse, lembrando que o consumo das famílias tem taxas anuais positivas há dez anos, mesmo tendo desacelerado em 2013.
A economia menor do governo para formar o superávit primário também influencia. “Não é o superávit diretamente, mas tem influência”, disse Rebeca. Ela ressaltou, contudo, que não é possível saber se foi a política fiscal expansionista ou se foi o consumo das famílias que mais influenciou para a queda.