Ministro do Trabalho

País pode ter perdido 300 mil empregos em dezembro

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse hoje que o saldo entre contratações e demissões registradas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) no País, em dezembro, deve ficar negativo em mais de 300 mil empregos.

Com o resultado, o ano de 2009 deve fechar com saldo positivo de 1 milhão de empregos formais, um pouco menos que a previsão anterior do ministro, de 1,1 milhão a 1,15 milhão.

“Devemos gerar em 2009 em torno de 1 milhão de empregos, um pouquinho mais, um pouquinho menos. Como tivemos muita contratação temporária em outubro e novembro, então há uma grande perda em dezembro, que será de mais de 300 mil, pelos números preliminares que eu tenho do mês de dezembro”, afirmou, durante encontro com a diretoria do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP).

Lupi voltou a dizer que o País deve encerrar o ano de 2010 com a geração de 2 milhões de postos de trabalho. “Vamos viver o melhor ano do governo Lula em geração de empregos, um recorde na história do País”, disse.

Programa habitacional

O ministro também descartou hoje atender às reivindicações apresentadas pelo Creci-SP, que pediu a inclusão de imóveis usados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

“O financiamento de imóveis usados com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) já existe, não no Minha Casa, Minha Vida, que é um programa especial, já amarrado, fechado e que está sendo executado. Não há como alterar”, afirmou.

Mesmo diante da negativa do ministro, o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana, reivindicou que o governo viabilize para os imóveis usados algumas condições que o programa Minha Casa, Minha Vida proporciona aos trabalhadores para a compra de imóveis novos, tais como redução nas taxas de cartório, juros menores para o financiamento e isenção de seguro.

Ele citou dados do Ministério das Cidades mostrando que existem 4,5 milhões de imóveis vagos no País. O objetivo, segundo ele, é atender a população com renda entre até 3 salários mínimos, faixa que tem dificuldades para encontrar imóveis novos que se encaixem nos critérios do programa.

“Se não conseguimos resolver o problema habitacional com imóveis novos, não podemos ficar presos a eles e deixar as pessoas sem imóveis, principalmente se há recursos para financiamento e imóveis usados com preços que se encaixam no programa”, disse Viana.

O Creci-SP pediu ainda que o governo estenda a possibilidade de financiamento de imóveis com recursos do FGTS em municípios a até 120 quilômetros de distância da cidade em que mora o trabalhador, além do aumento de R$ 20 mil no limite do valor do imóvel a ser financiado.

Lupi disse que os valores já foram ampliados na última reunião do conselho do FGTS. Em relação à reivindicação sobre a localização do imóvel, o ministro disse ser favorável. “É uma iniciativa interessante e vou colocar para o conselho examinar. Se depender de mim, (ele) irá aprovar.”

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