Após 19 semanas sofrendo reduções consecutivas, a mediana das expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2014 foi aumentada levemente no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 13, pelo Banco Central. Pelo documento, a economia brasileira crescerá 0,28% este ano ante previsão de 0,24% da semana passada. Apesar disso, a projeção segue mais baixa do que a vista um mês atrás, de 0,33%.

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Os economistas continuam a acreditar em alguma retomada da atividade no ano que vem, e mantiveram a taxa mediana para o período recuou em 1,00%. Quatro semanas antes, a estimativa de crescimento para o próximo ano estava em 1,04%.

Conforme a pesquisa, o setor manufatureiro terá retração de 2,16% este ano ante previsão de queda de 2,14% esperada na semana passada. Vale lembrar que um mês antes, a expectativa era de uma diminuição da atividade de 1,98%. Para 2015, a previsão também é de recuperação mais fraca do setor, que deve ter expansão de 1,30% – estava em 1,40% no documento anterior e em 1,50% um mês antes.

Os analistas mantiveram suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014. A Focus de hoje aponta a mesma mediana da semana passada, de 35,00%, que também era o ponto central da pesquisa um mês atrás. Para 2015, a mediana permaneceu em 35,50% de um levantamento para o outro. Quatro semanas antes, porém, estava em 35,30%.

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Câmbio

Com as incertezas em relação ao desfecho das eleições, o mercado financeiro optou por não mexer nas estimativas para a cotação do dólar para o final deste ano e de 2015. A pesquisa revela que a mediana para o fim de dezembro de 2014 continuou em R$ 2,40 como na semana passada – há um mês, estava em R$ 2,30.

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Já para 2015, a cotação permaneceu em R$ 2,50 de uma semana para outra – um mês antes estava em R$ 2,45. Com essa permanência, a projeção mediana para o câmbio médio deste ano seguiu em R$ 2,32 como no levantamento anterior, levemente maior do que a cotação apontada um mês antes, de R$ 2,28. Para o ano que vem, a mediana do dólar médio foi ajustada de R$ 2,45 para R$ 2,46. No levantamento de um mês atrás estava em R$ 2,41.

Selic

O relatório de mercado Focus mostrou que os analistas ainda não chegaram a um consenso sobre o patamar da Selic ao final do ano que vem. Assim como no levantamento passado, a mediana das projeções segue em 11,88%, o que demonstra uma divisão do mercado entre uma taxa de 11,75% e 12,00% ao final do período, já que o Banco Central apenas promove alterações de múltiplos de 0,25 ponto porcentual por vez. Um mês antes, a mediana estava em 11,50%.

Com essa manutenção das projeções, a Selic média de 2015 continuou em 11,69%, como no levantamento anterior. Quatro semanas atrás estava em 11,36%.

Já para 2014, com a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) não promoverá mais qualquer mudança até o fim do ano, a mediana das estimativas para a taxa básica de juros segue em 11,00% – patamar atual – pela 19ª semana consecutiva. Com a estagnação das previsões, a Selic média deste ano também não sofreu alterações e está estacionada em 10,91% também pelo mesmo número de semanas.

Conta corrente

O mercado financeiro prevê um rombo ainda nada desprezível, mas cada vez menor para as transações correntes em 2014. A mediana das projeções para esse indicador estava em US$ 80,50 bilhões na semana passada e agora ficou em US$ 80,00 bilhões. Um mês atrás, a mediana das estimativas era de US$ 81,60 bilhões.

Para 2015, também houve uma redução da mediana em um patamar negativo de US$ 76,50 bilhões para US$ 75,00 bilhões, o mesmo nível verificado quatro semanas atrás.

Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será insuficiente para cobrir o rombo, já que a mediana das previsões para esse indicador de 2014 segue em US$ 60,00 bilhões há 27 semanas. Para 2015, no entanto, houve uma melhora da perspectiva, já que a mediana passou de um saldo de US$ 57,70 bilhões, mesmo volume de um mês atrás, para US$ 59,20 de uma semana para outra.

Na mesma pesquisa, os economistas elevaram marginalmente a estimativa de superávit comercial em 2014, de US$ 2,41 bilhões para US$ 2,44 bilhões, mesmo patamar verificado um mês atrás. Para a balança em 2015, a projeção subiu de US$ 7,24 bilhões para US$ 7,27 bilhões. Um mês antes, a mediana para a balança em 2015 era de US$ 9,00 bilhões.