O homem do campo comemora amanhã seu dia. No Brasil, o Dia do Agricultor – instituído pelo Decreto 48.630, de 27/07/1960 – acontece na mesma data de aniversário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que em 2008 completa 148 anos de criação. Atualmente, o País tem cerca de 25 milhões de agricultores, sendo 20 milhões de agricultores familiares e 5 milhões de assalariados rurais.
No Paraná, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetaep), que tem 298 sindicatos filiados, representa 1,2 milhão de trabalhadores rurais. Destes, 780 mil se dedicam à agricultura familiar e 420 mil são assalariados rurais. “Do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do Paraná, 43% sai da agricultura familiar. Por isso, o trabalhador rural tem grande importância no setor econômico do Estado. Além disso, é ele quem produz grande parte do que as pessoas consomem no dia-a-dia, em sua cesta básica”, afirma o presidente da Fetaep, Ademir Mueller.
Já a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) representa cerca de 80 mil produtores rurais de médio e grande porte, ligados a 180 sindicatos patronais. Segundo a entidade, a agroindústria representa 35% do PIB gerado no Estado. “O Paraná é o principal produtor de grãos e o segundo produtor de cana-de-açúcar, açúcar e álcool do Brasil, além de ser o terceiro estado exportador do agronegócio. Tudo isso é graças ao trabalho do homem do campo”, diz a economista da Faep, Gilda Bozza. “Hoje, o Estado tem 370 mil propriedades agrícolas, sendo 90% com menos de 50 hectares.”
Apesar da evidente importância do agricultor para a economia do Estado e do País, eles têm reivindicações, como melhorias em suas condições de trabalho. De acordo com Mueller, ainda faltam aos trabalhadores rurais principalmente recursos para custeio e investimento e políticas que estimulem as pessoas, principalmente a juventude, a permanecer no campo, possibilitando a sucessão familiar na área agrícola. “Outra coisa que falta é a melhoria do preço mínimo. Atualmente muitos produtos estão defasados. Deve-se levar em consideração os custos de produção, que são bastante altos, com acréscimo de 30% de lucratividade”, calcula.
Recentemente, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou em Curitiba, junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) para financiamento da próxima safra agrícola brasileira. Os recursos disponibilizados para custeio, comercialização e investimento da produção devem ser de R$ 78 bilhões no País, 12% superiores aos disponibilizados na safra que termina. O Paraná terá cerca de R$ 1,5 bilhão de recursos para investimentos em agricultura familiar.