Foi lançado ontem, na Boca Maldita, em Curitiba, o painel da redução da jornada de trabalho. A iniciativa, proposta por diversas entidades sindicais, visa chamar a atenção da classe trabalhadora sobre a posição dos deputados federais do Paraná sobre o projeto de emenda constitucional 231/97, que faz com que a jornada semanal passe de 44 para quarenta horas.
“Dos deputados, 21 são favoráveis ao projeto, seis são contrários e três não se posicionaram. Queremos que a população conheça a posição de cada um e que o projeto entre em votação. Hoje, o grande problema é que ele não é colocado em pauta pelo Congresso Nacional”, disse a secretária-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Marisa Stédile.
A última vez que a jornada de trabalho sofreu alteração foi no final da década de oitenta, passando de 48 para as atuais 44 horas semanais. Segundo Marisa, pesquisas indicam que a adoção das quarenta horas iria gerar cerca de 2,5 milhões de novos empregos em todo país. Para o Paraná, a estimativa é de cerca de 226 mil novos postos de trabalho sejam criados.
“Defendemos a redução da jornada, sem redução de salários. Nos últimos anos, as relações de trabalho avançaram muito no Brasil. As novas tecnologias aumentaram a produtividade das empresas. Agora, é hora de os trabalhadores também se apropriarem destes benefícios”, afirmou.
Segundo o secretário geral da Força Sindical, Clementino Vieira, a redução irá trazer melhorias na qualidade de vida do trabalhador, diminuir a quantidade de trabalhadores afastados por doenças ocupacionais e reduzir os riscos de ocorrência de acidentes de trabalho. “Com as quarenta horas, o trabalhador vai ter mais tempo para se qualificar, descansar e ter convívio familiar”, comentou.
A Proposta de Emenda à Constituição 231/97 é de autoria do antigo deputado federal e atual senador Inácio Arruda [PCdoB/CE]. Além de reduzir a jornada, ela prevê aumento do adicional de hora extra de 50% para 75% do valor da hora trabalhada.