O novo pacote de ajuda ao setor elétrico não vai se restringir a mais uma rodada de empréstimo para as distribuidoras. Após o esgotamento do financiamento bancário de R$ 11,2 bilhões, o governo agora negocia “um conjunto de soluções”, segundo uma fonte, para resolver a crise financeira das empresas, pressionadas pelo aumento do custo da energia.

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As discussões envolvem o Ministério da Fazenda e são acompanhadas de perto pela presidente Dilma Rousseff, que teme a possibilidade de que o assunto se torne um alvo importante da oposição durante a campanha eleitoral.

Conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em 30 de junho, um aditivo ao empréstimo, de R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, está em negociação com os bancos. Embora as distribuidoras necessitem de um volume maior de recursos até o fim do ano, a ampliação desse financiamento encontra limitações dos bancos.

Por isso, uma das possibilidades em discussão pelas empresas do setor, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, é a antecipação do regime de bandeiras tarifárias. As concessionárias teriam condições de implementar o sistema em um mês, segundo uma fonte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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Essa seria uma das medidas viáveis, uma vez que dificilmente haveria espaço fiscal para um novo aporte do Tesouro Nacional – que vai gastar R$ 13 bilhões este ano de recursos do Orçamento para ajudar o setor.

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Veto

Outra hipótese aventada é a revisão tarifária extraordinária, que resultaria em novo aumento na conta de luz, mas a Aneel já informou que essa não seria a melhor solução.

A proposta das bandeiras tarifárias, no entanto, encontra resistência da equipe econômica, que teme o impacto inflacionário da medida. Há também preocupação com as implicações políticas de uma decisão dessa natureza e a exploração pelos partidos de oposição.

Por meio do sistema, o consumidor passaria a pagar pela energia gerada pelas termelétricas na conta de luz no mês seguinte ao uso dessas usinas. Atualmente, esse gasto só é ressarcido uma vez por ano, na época do reajuste tarifário de cada empresa.

Quando as condições climáticas estão favoráveis, com um volume de chuvas adequado, as hidrelétricas geram a maior parte da energia. Assim, a bandeira é verde e não há nenhum acréscimo na conta de luz. Se as condições pioram e é necessário ligar as térmicas a gás e carvão, a bandeira amarela é acionada e a tarifa teria um acréscimo de R$ 15,00 por megawatt-hora (MWh). Quando as termelétricas mais caras, movidas a diesel e óleo combustível, entram em funcionamento, a bandeira vermelha é acionada: acréscimo de R$ 30,00 por MWh.

Procurada, a Aneel informou que o assunto não está em discussão.