Pacote imobiliário para incentivo à construção

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o pacote de incentivo à construção civil, que prevê a liberação neste ano de R$ 1,6 bilhão em financiamentos bancários à compra de imóveis, deve gerar 1,410 milhão de empregos até o final de 2004. Porém, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas, citado pelo presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Simão, são gerados 65 empregos diretos e indiretos para cada R$ 1 milhão investido na construção civil.

Ou seja, com a liberação de R$ 1,6 bilhão para investimentos no setor seriam criadas apenas 104 mil vagas. A previsão de Lula é 1.356% superior à média calculada pela FGV.

“Nossa previsão é de que 1,410 milhões de novas vagas serão criadas até o final de 2004 somente em decorrência das medidas que estamos propondo neste momento”, disse Lula, durante cerimônia de assinatura do projeto de lei do pacote da construção civil que será enviado ao Congresso.

Se forem considerados todos os financiamentos bancários a imóveis previstos para este ano, de R$ 3,6 bilhões, seriam criadas 234 mil vagas, ou apenas 14,27% do previsto por Lula.

Simão, entretanto, não quis contrariar o presidente e qualificou a previsão de Lula de “realista”. Disse também que “talvez” possa ser feito um “ajuste” no estudo da FGV.

Rapidez

O presidente Lula pediu ao presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), “rapidez” na aprovação do projeto de lei que cria incentivos para o setor da construção civil.

O projeto, assinado por Lula durante cerimônia no Palácio do Planalto, dá mais garantias aos bancos para financiarem a compra de imóveis, aumenta a segurança de que mutuários recebam as chaves dos imóveis adquiridos e estimula as instituições financeiras a direcionar recursos para o crédito habitacional.

Segundo Lula, o projeto deve ser enviado agora à Câmara. “Penso que a Câmara não medirá esforços para que esse projeto seja votado o mais rápido possível, para que as ações contidas nesse projeto possam entrar em execução rapidamente”, afirmou o presidente se dirigindo a João Paulo.

Em seguida, aos risos Lula disse: “O Poder Executivo está fazendo a sua parte, que é transferir a responsabilidade para que a Câmara transforme o desejo do governo numa lei de interesse de todos os brasileiros”. Por último, Lula também voltou a elogiar o trabalho da Câmara na aprovação das reformas da Previdência e tributária.

“Estatística de recessão”

Também presente à solenidade, o ministro Antonio Palocci (Fazenda) disse que o pacote de medidas ajudará a recuperar o setor da construção civil, o único que registrou retração em todo o ano de 2003 e que enfrenta crise “estrutural” há mais de duas décadas.

“Espero que a construção civil deixe de ser estatística de recessão e passe a ser estatística de crescimento, geração de emprego e desenvolvimento”, afirmou.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo