Pacote habitacional prevê erguer 44.172 casas no Paraná

O Paraná será contemplado dentro do programa “Minha casa, minha vida”, apresentado ontem pelo presidente Lula, com a construção de 44.172 unidades, 4,4% do total previsto de um milhão de moradias.

Santa Catarina fica com 2,4% (24.049) e o Rio Grande do Sul com 5,2% (51.795 unidades). No total, a região Sul participa do programa com 120.016 casas, conforme o planejamento apresentado ontem em Brasília.

O presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná) Hamilton Franck, aplaudiu o pacote, apesar de não vê-lo desta maneira. “Sempre pedimos ao governo um projeto de médio e longo prazo e pelo que vimos do presidente Lula, o governo está caminhando neste sentido”, disse ele.

Franck ressalta que o Sinduscon, através da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) sempre se pautou neste sentido, de que sem subsídios a moradia para a classe menos favorecida economicamente não seria factível.

“Era preciso que o governo fizesse desonerações de tributos para que a casa ficasse em preços razoáveis”, acrescenta. Para Franck, demanda existe, o que era preciso era equalizar algumas arestas que impediam a construção de baixo custo.

O presidente do Sinduscon considera que só com a união dos poderes executivos dos municípios, dos estados e da União será possível tornar o projeto apresentado ontem executável. “Um dos insumos mais caros para realizar o projeto é o terreno que, em alguns casos, pode inviabilizar a construção de moradias de baixo custo”, informa.

A construção civil não vive momento de crise, mas será ela, por sua resposta rápida tanto em recursos quanto em empregos, que vai agilizar a economia brasileira.

“É interessante, porque o próprio presidente Lula informou em seu discurso que não espera a construção desse um milhão de moradias em seu governo. Os reflexos só começarão a ser sentidos no segundo semestre deste ano ou no ano que vem, em razão dos trâmites necessários”, conclui.

Gustavo Selig, presidente da Ademi (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário, seccional do Paraná) considerou o pacote “acima das expectativas”. “O valor para financiamento, de até R$ 130 mil, supera o que esperávamos”, diz ele.

E considera que não apenas a redução das alíquotas de impostos dentro do chamado RET (Regime Especial Tributário) de 7% para 1%, mas também o limite de classes abrangido, de até 10 salários mínimos “vai aquecer a economia como um todo, porque movimenta não apenas a construção, mas toda a cadeia produtiva do setor, que abrange lojas de materiais de construção, cimento, tijolos, etc.”.