Pacote cambial vai ajudar exportadores

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Paulo Bernardo: em busca de competitividade.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem, em entrevista à Rádio Nacional e a um pool de emissoras, que as medidas na área cambial em estudo pelo governo vão ajudar, em parte, a corrigir relação ?desfavorável? para os exportadores na taxa de câmbio. Ele admitiu que a valorização do câmbio é um problema e que, com essas medidas em estudo e a tendência de melhora da economia, o dólar deve se ajustar em um nível mais equilibrado para os exportadores, especialmente os setores mais afetados, como o calçadista e o têxtil.

Para o ministro, de qualquer forma, é preciso trabalhar para, independentemente do câmbio e do grau de abertura da economia, dar mais competitividade a esses setores. Segundo ele, isso seria feito por meio de medidas tributárias, entre elas a aprovação da Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas, em tramitação no Congresso, e a ampliação do mercado interno, que, segundo ele, já está em curso.

Momento positivo

Paulo Bernardo afirmou que o Brasil vive uma combinação de fatores que ?dificilmente se reúnem ao mesmo tempo?. Esses fatores, segundo ele, são o crescimento econômico com geração de empregos e aumento na renda, ao mesmo tempo em que a inflação está em queda e as contas do governo estão ajustadas.

?A economia brasileira vive um momento especialmente positivo?, afirmou Bernardo, destacando o fato de que, em pleno processo eleitoral, a economia não tem sofrido abalos, como ocorreu na última eleição geral, realizada em 2002.

O ministro relatou, ainda, que o bom funcionamento da economia, sobretudo o aumento no emprego, permitiu que 7 milhões de pessoas fossem alçadas à classe média. ?Essa é uma notícia excepcionalmente boa. Que bom se isso acontecer todo ano?, observou Bernardo, classificando a política econômica atual de bem sucedida. Apesar de comemorar os resultados, Bernardo afirmou que é importante garantir a manutenção e a melhora desse desempenho para os próximos anos. ?Temos que comemorar, mas é preciso promover aperfeiçoamentos institucionais que melhorem a capacidade da economia?, afirmou.

Juros

O ministro do Planejamento previu que, se o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmar a expectativa do mercado e reduzir a taxa Selic em meio ponto percentual na reunião da próxima semana, para o nível de 14,75% ao ano, o Brasil terá o juro básico mais baixo dos últimos 30 anos.

Bernardo elogiou o que chamou de ?postura prudente? do Banco Central na condução da política monetária porque, segundo ele, é preciso acabar com a chamada memória inflacionária que ainda existe no Brasil. Ele ponderou, entretanto que, como a inflação e as expectativas futuras para os preços estão abaixo da meta de 4,5% para o ano, o Copom tem condições de continuar com o processo de redução da taxa básica.

Na entrevista às rádios, Bernardo reconheceu que, apesar de estar em queda e num nível mais baixo dos últimos tempos, os juros no Brasil ainda são altos, na comparação com outros países Segundo ele, medidas que ataquem a estrutura tributária e gastos do governo ajudarão a reduzir essa distância com outros países.

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