Brasília – O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) "é o começo de uma revolução" na área do saneamento básico, afirmou nesta sexta-feira (24) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na cerimônia de anúncio dos recursos do programa para obras de urbanização de favelas no Rio Grande do Sul.

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No discurso em Porto Alegre, Lula voltou a criticar a classe política brasileira, que segundo ele historicamente, "nunca gostou" de investir em saneamento. "Investimentos neste setor nunca deram voto", disse. E reafirmou que esta é uma das prioridades de seu governo, uma vez que, ao se investir em saneamento básico, é possível economizar em saúde.

Para esses investimentos, o presidente destacou a importância de União, estados e municípios manterem as parcerias: "No Brasil, o problema hoje não é dinheiro. Porque num orçamento de 500 bilhões, 30 milhões, 40 milhões se arruma. O problema é que às vezes você quer arrumar e não tem projeto. Quando tem projeto, não tem licença prévia. Quando tem licença prévia, o Tribunal de Contas cria um embaraço… Ou seja, é um verdadeiro inferno para fazer as coisas acontecerem neste país. Por isso é que nós resolvemos trabalhar de forma integrada".

Lula lembrou ainda que ao liberar os recursos referentes ao PAC, o governo não deu prioridade aos municípios governados por políticos de seu partido. "Não interessa se o prefeito é do PT, do PV, do PDT, do PMDB, do PSDB. A nós interessa que o povo é brasileiro e se a cidade tem necessidades, nós não vamos olhar a cara dos prefeitos", disse.

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Os recursos do PAC para obras de saneamento básico e urbanização no Rio Grande do Sul vão beneficiar 3,2 milhões de pessoas em 39 municípios. O estado contará com R$ 1,67 bilhão, dos quais R$ 1,41 bilhão são investimentos do governo

federal. As contrapartidas do estado e dos municípios são de R$ 75,5 milhões e R$ 177,9 milhões, respectivamente.

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Na região metropolitana de Porto Alegre, a prioridade será para obras de ampliação do sistema de esgotamento sanitário, com despoluição das bacias dos rios Sinos e Gravataí; ampliação do sistema de abastecimento de água e a urbanização de favelas com remoção de moradias localizadas em áreas de risco.

O presidente disse que investimentos no Rio Grande do Sul são necessários. E acrescentou: "Esse aqui é um estado que não adianta qualquer cidadão achar que um dia eu vou brigar com o Rio Grande do Sul. Eu sou grato profundamente a tudo

que eu vivi e a tudo que eu aprendi nesse estado. Eu acho que esse estado merece uma atenção especial".