O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem ajudado a sustentar a expansão do Brasil. Durante apresentação do balanço do programa de janeiro a abril deste ano, Mantega disse que o PAC foi o primeiro projeto de desenvolvimento implantado no País após três décadas sem programa de crescimento.
Mantega afirmou que o Brasil manteve o crescimento econômico por 21 trimestres consecutivos até que a crise internacional se agravasse, no último trimestre de 2008. Ele disse que, entre 2003 e 2008, pelos dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o crescimento acumulado do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 29%. “O PAC é uma ferramenta fundamental para este resultado bastante expressivo”, disse o ministro.
Segundo ele, a crise interrompeu esse ciclo provisoriamente. Para Mantega, o PAC é um instrumento anticíclico recessivo. Ele lembrou que alguns países tentaram implementar programas semelhantes de investimento após setembro do ano passado. No Brasil, destacou o ministro, o PAC começou dois anos antes e, por isso, o programa já estava caminhando para um amadurecimento quando a crise se agravou.
O ministro disse que o governo adotou uma série de medidas para combater os efeitos da crise, que representam um aprofundamento do PAC, como o aumento do investimento público, o incentivo ao crédito e a redução de tributação. Segundo ele, o aumento do crédito e a redução de tributos foram instrumentos importantes introduzidos no PAC, no seu anúncio, para estimular a economia e os investimentos. “Na crise, estamos fazendo mais do mesmo”, afirmou.
Mantega disse que, em função das medidas adotadas pelo governo e da melhora tênue do quadro internacional, já há sinais de recuperação da economia brasileira. Ele voltou a repetir que o Brasil será uma das primeiras economias a sair rapidamente da crise, pelas condições da economia e pelo PAC. Ele lembrou que a formação bruta de capital fixo (referente aos investimentos) atingiu 19% do PIB em 2008 e que os investimentos do governo federal devem chegar a 1,2% do PIB em 2009. Em 2007, ano em que o PAC foi criado, os investimentos do governo federal representavam 0,7% do PIB.
Mantega disse que os investimentos da Petrobras devem passar de 0,9% em 2007 para 1,7% do PIB em 2009. Segundo ele, um resultado de quase 3% do PIB em investimentos públicos este ano é bastante expressivo, sem considerar os investimentos privados que também foram estimulados pelo PAC. Ele disse que os investimentos da Petrobras cresceram 41% no primeiro trimestre de 2009, ante o primeiro trimestre de 2008.
“A Petrobras está mantendo o seu programa de investimento, apesar da crise e ajudando o crescimento do País. Acho que a Petrobras é a empresa de petróleo no mundo que mais investe”, destacou.
Mantega lembrou que a previsão do governo de crescimento do PIB para este ano é em torno de 1%, com uma recuperação rápida em 2010, quando a economia já deve ter um crescimento entre 3% e 4%.