A pequena expansão de 1,1% da produção industrial no acumulado em 12 meses até novembro confirma o distanciamento do setor no Brasil das áreas de agricultura e serviços, avalia o economista para Brasil e Portugal da Oxford Economics, Marcos Casarin. O dado, de acordo com ele, ressalta ainda a diferença substancial entre a oferta e a demanda na maior economia da América Latina.
O comentário do economista da empresa de previsões econômicas foi provocado pela divulgação, nesta quarta-feira, 8, dos dados relativos à produção industrial de novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo os quais a atividade fabril no Brasil na passagem de outubro para novembro recuou 0,2% na série com ajuste sazonal, cresceu 1,4% no acumulado de 2013 até novembro e 1,1% no período acumulado de 12 meses.
“Olhando para o futuro, esperamos uma desaceleração ainda maior da economia brasileira porque o governo já começou a retirar parte dos estímulos fiscais em vigor desde a recessão de 2009”, observa Casarin, ao destacar, em particular, o anúncio já feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de aumento de impostos sobre vendas de carros e móveis.
A previsão da Oxford Economics para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano é de um crescimento de 1,7% ante projeção de 2,2% em 2013. “A desaceleração será impulsionada pelo consumo e pelo investimento”, previu o economista. O dado positivo que sairá de um quadro de demanda doméstica mais fraca, observou, será o esfriamento das importações, que ajudará a balança comercial e a conta corrente do balanço de pagamentos.