LEVANTAMENTO

Otimismo do consumidor brasileiro apresenta ligeira retração

O otimismo do consumidor brasileiro seguiu praticamente inalterado de janeiro para fevereiro, segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada hoje (28). Mesmo assim, o viés foi levemente negativo já que o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) registrou queda de 0,2% este mês na comparação com janeiro, a quarta redução seguida. O índice hoje está 4,6% abaixo do valor apurado em outubro de 2010.

“A desaceleração na atividade econômica, verificada desde fins de 2010 na indústria e no início do ano na construção civil, não alterou o otimismo dos brasileiros”, avaliaram técnicos da CNI, segundo nota à imprensa.

Ao avaliar o indicador aberto, é possível verificar que as variáveis que o compõem apresentaram trajetórias distintas em fevereiro. O quadro mais claro é o de que os itens relacionados à renda, situação financeira e endividamento são os que mais preocupam hoje. De acordo com a CNI, o índice de expectativa da renda pessoal registrou o maior recuo da pesquisa (-2,2% de janeiro para fevereiro), entre todos os indicadores do Inec. A parcela dos que esperam queda na renda subiu de 6% para 9% dos entrevistados, um universo de 2.002 pessoas ouvidas de 13 a 17 de fevereiro em todo o País.

Já o indicador de situação financeira caiu 1,2% em fevereiro na comparação com janeiro e o índice de endividamento recuou 2,1% na mesma base de comparação. Em fevereiro, 22% dos entrevistados estimavam estar mais endividados nos próximos meses, contra 18% que tinham essa expectativa em janeiro.

Inflação

A perspectiva do brasileiro sobre o comportamento da inflação permaneceu praticamente estável, com uma alta de 0,4%. Houve aumento nas expectativas sobre o desemprego e compras de bens de maior valor, que registraram acréscimos, entre janeiro e fevereiro, de 2,5% e de 1,4%, respectivamente.

De acordo com o Inec, 30% dos entrevistados em fevereiro apostavam na redução do desemprego, contra 28% em janeiro deste ano. Outros 35% acreditavam no aumento do número de desempregados em fevereiro, nível abaixo dos 37% verificado no mês anterior. Entre os entrevistados em este mês, 27% responderam que esperam comprar mais nos próximos meses, contra 24% em janeiro.

O economista da CNI Marcelo Azevedo explicou por meio da nota que o recuo do Inec nas expectativas sobre renda, endividamento e situação financeira se deve à percepção do aumento das taxas de juros, em decorrência das medidas de restrição ao crédito divulgadas pelo Banco Central no começo de dezembro. “Uma segunda razão provável é de que no início do ano há mais despesas pessoais, como impostos, matrículas e compra de material escolar”, disse.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna