A expectativa positiva em relação ao processo de votação da proposta de reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara norteia os negócios nesta quarta-feira, 10, na B3, que na terça-feira ficou fechada por conta do feriado no Estado de São Paulo (Revolução Constitucionalista). A alta das bolsas em Nova York também ampara a valorização por aqui, após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, reiterar os riscos à economia. Powell afirmou que a fraqueza de outras economias pode afetar os EUA, e voltou a dizer que, para muitos dirigentes, o argumento para uma política mais acomodatícia se fortaleceu.

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Um outro indicativo para o bom humor na B3 é o desempenho dos ADRs brasileiros em Nova York na terça, em reação aos avanços da reforma da Previdência. Às 11h04, o Ibovespa subia 1,41%, aos 106.000,49 pontos, após a máxima aos 106.000,61 pontos. Na segunda, havia fechado em patamar recorde, aos 104.530,22 pontos.

Na avaliação do economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria Integrada, os votos favoráveis à reforma dão uma ideia do tamanho do apoio à proposta. Porém, ele pondera que ainda é importante monitorar a questão dos destaques, que buscam favorecer determinados grupos de interesse.

Conforme placar da Previdência do Estadão, já são 308 votos favoráveis para aprovar a reforma, o que anima os investidores. Além disso, as palavras do presidente do Fed elevaram expectativas de recuo de 0,50 ponto no juro do país.

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As apostas por um corte de juros de 50 pontos-base (pb) pelo Fed em julho avançaram, indicando intenção de redução na taxa básica na próxima reunião, no fim deste mês. Em tese, juros menores lá fora tendem a atrair recursos para o Brasil, para a B3, onde a Selic está em 6,5% ao ano.

No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve reforçar as estimativas de queda da taxa Selic em julho. O dado ficou em 0,01%, após 0,13% em maio, ficando pouco acima da mediana negativa de 0,03% das previsões na pesquisa do Projeções Broadcast (-0,07% a alta de 0,08%). Em 12 meses, o IPCA acumula 3,37%, aquém do centro da meta de 4,25% para este ano.

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“Em linhas gerais, o resultado é benigno e confirma a perspectiva de queda de juros agora em julho”, escreve em nota o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, que estima redução de 0,25 ponto porcentual na Selic este mês, com a taxa caindo a 5,75% no fim de 2019.