A possibilidade de avanço nas conversas comerciais entre Estados Unidos e China, que anima os mercados internacionais, também contagia o Ibovespa, que na quarta-feira, 4, retomou os 101 mil pontos no fechamento (101.200,89 pontos), com alta de 1,52%. Nesta quinta-feira, 5, já avança perto de 1,00% e com pontuação superior a 102 mil pontos.
Os ganhos na B3 são praticamente generalizados, com menos de dez ações, de quase 70 papéis, cedendo. Destaque para ganhos das ações do setor bancário.
Depois de tanto vai-não-vai, os dois países devem se reunir no próximo mês para nova rodada de negociações.
Ainda deve amparar a expectativa de bom humor local a aprovação de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência ontem, após modificações feitas pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) que reduziram a economia para R$ 870,5 bilhões. A proposta seguirá para o plenário do Senado, onde precisará ter ao menos 49 votos dos 81 senadores, em dois turnos de votação.
Além disso, a afirmação feita hoje pelo presidente Jair Bolsonaro em rede social, de que é preciso preservar a emenda do teto de gastos, é bem-vista, após o mandatário gerar incertezas no mercado ao sinalizar que poderia apoiar a proposta que flexibiliza essa regra.
“O twitter de Bolsonaro nesta manhã deve aliviar. Tendo em vista que Rodrigo Maia presidente da Câmara e Paulo Guedes ministro da Economia também são contra a flexibilização do teto, uma mudança agora fica mais difícil”, avalia em nota economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada.
Embora a polêmica do teto dos gastos tenha ofuscado o avanço do texto da reforma da Previdência no Senado, a inclusão de Estados e Municípios em uma PEC paralela pode elevar a economia da total da reforma para R$ 1,3 trilhão, o que também pode tranquilizar os investidores, ponderam em relatório os analistas Thiago Salomão e Matheus Soares, da Rico Investimentos.
No entanto, por ora, a melhora do ambiente internacional tende a impulsionar o Ibovespa.
“Embora persista muito ceticismo sobre a possibilidade de algo concreto, a volta das negociações EUA/China ‘face a face’ é um alento, ao menos visando conter novas medidas protecionistas”, analista Campos Neto, da Tendências.