A flutuação cambial do dólar, que nos últimos dias teve uma alta assustadora e ontem uma retração de 9,48 %, fez com que as casas de câmbio de Curitiba também ficassem com a sensibilidade exagerada. A instabilidade do mercado também gerou uma divergência de rumos nas casas de compra e venda de dólar na capital. Enquanto numas, os vetores apontavam para uma quantidade maior de compra, já que as pessoas que iam viajar temiam uma alta ainda maior da moeda, noutras a venda da moeda norte-americana foi praticamente nula, já que alguns investidores acreditam ser equivocado adquirir dólares num período de alta.
Na Transcorp DTVM Limitada, os últimos dias foram marcados pela fraca procura da moeda. Segundo o gerente de mesa de câmbio da operadora, José Levir Borgo, as pessoas só vem comprando o necessário, principalmente para viagens comerciais. Já o percentual de pessoas querendo vender seus dólares, aproveitando a alta foi grande. “Comprei uns 60% a mais que o normal. Ontem no começo da tarde já não tinha mais reais para comprar dólares, tamanha foi a procura”, afirmou Borgo. Ele destacou que vertiginosa subida da moeda não condiz com a realidade e dentro de alguns dias o dólar deve baixar para patamares mais aceitáveis.
Na Sigla Câmbio e Turismo, a venda da moeda aumentou, mas não num patamar significativo. “Vendemos uns 10% a mais. Mas nada fora do normal”, salientou o operador de câmbio Milton Benner Júnior. Para ele, a esperança de um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) fará com que o dólar caia e fique mais estável nos próximos dias.
A proprietária da Santurismo, Rossana Fonseca, explicou que a venda do dólar teve uma queda de 60%. “Vendemos ele atrelado às viagens. Como a venda de pacotes caiu muito, o dólar também não foi vendido”, explicou.
Comprando
O diretor executivo da Captolttour, Pedro Ramos, disse que a alta do dólar fez com que a venda crescesse muito nos últimos dias em sua operadora. Ele explicou que as pessoas que têm viagens marcadas procuraram desesperadamente pela moeda, temendo uma alta ainda maior, inviabilizando suas saídas do País. Ele afirmou que a queda de ontem (o dólar fechou a R$3,15) é “apenas uma ligeira normalização num contexto que continua supervalorizado”. Ramos destacou que as eleições podem causar uma alta ainda maior na moeda. “O mercado não vê com bons olhos as candidaturas de Lula e Ciro Gomes, que lideram as pesquisas. Um eventual segundo turno entre os dois pode significar uma decolagem da moeda”, alertou.