Os desafios de vender vinhos pela internet

Um dos maiores desafios da Wine.com.br quando abriu seu site, em 2008, era instigar o consumidor a comprar vinho pela internet e convencê-lo a fazer isso com frequência – dentro do conceito de “assinatura”, a pessoa precisava aceitar a ideia de pagar uma quantia mensal para receber os rótulos em casa.

Para atingir a meta de aumentar seu faturamento de R$ 125 milhões, no ano passado, para R$ 210 milhões, em 2014, a empresa está encarado o desafio de melhorar seus processos logísticos por meio do emprego de tecnologia. “O mercado ainda é muito pequeno e oferece espaço (para o crescimento)”, afirma Rogério Salume, fundador da Wine. “Estamos investindo para melhorar processos, logística e a navegabilidade do site.”

A empresa oferece mais de 2 mil rótulos, tem um centro de distribuição no Espírito Santo e promete entregar produtos em até três dias úteis. Só em 2014, o site já vendeu cerca de 2,5 milhões de garrafas. Se o desafio da Wine é a logística, para quem pretende empreender nesse ramo há essa e outras barreiras, afirma o professor de empreendedorismo do Insper, Marcelo Nakagawa.

De acordo com o especialista, os novos empresários precisam ter acesso às vinícolas e criar laços com o cliente. “Pode ser fácil entrar no mercado, mas difícil se manter”, diz.

Como o segmento já tem um grande competidor, segundo Nakagawa, um caminho promissor é encontrar um nicho. “Oferecer itens diferentes ou especiais de pequenos produtores ou até mesmo diversificar a vitrine com outros tipos de bebidas, como o uísque, podem ser saídas”, explica.

Aposta

A Vinno, novata no segmento, enfrenta justamente esses desafios. A empresa, de São Caetano do Sul (SP), abriu as portas em janeiro com R$ 480 mil de investimento de quatro sócios. Um deles, Gustavo Wotte, diz que o plano é faturar R$ 1 milhão em 2014.

A Vinno tem 220 rótulos, mas a expectativa dos proprietários é dobrar o número ainda neste ano. “Estamos contatando dois fundos de investimentos. Com isso esperamos crescer até cinco vezes nos próximos anos e atingir um faturamento de R$ 5 milhões”, afirma.

Por enquanto, a empresa conta com 54 mil clientes cadastrados, sendo que 1,6 mil já compraram produtos e 540 fizeram mais de uma aquisição. O valor médio das compras, segundo Wotte, é de R$ 180. “Estamos recebendo de 400 a 500 pedidos por mês”, diz. A empresa pretende lançar, no mês que vem, um clube de assinaturas.

Um dos pontos fortes da marca, segundo o empresário, é que a empresa já compra uma quantidade que permite trabalhar com preços “justos” para o cliente. “Conseguimos oferecer preços mais baixos porque compramos bem”, afirma Wotte. A Vinno tem hoje de 60 fornecedores, entre vinícolas e importadoras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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