Os desafios de ser pai e profissional

Se você é daqueles pais que levam e buscam os filhos da escola, fazem compras no mercado, desdobram-se no trabalho e ainda levam serviço para casa, não se desespere. Você não está sozinho! Durante séculos, cabia às mulheres apenas cuidar da casa e dos filhos e, aos homens, trabalhar para sustentar a família.

Hoje, é cada vez mais comum a fusão entre esses dois papéis. O resultado é que a maioria dos homens tem se envolvido com as tarefas domésticas, sem deixar de lado a carreira.

“Foi mais fácil para o meu avô ser pai do que foi para mim. As famílias eram numerosas, e tratavam-se os filhos como se fossem todos iguais, o que era um grande erro”, apontou o professor Antônio Raimundo do Santos, que ministra aulas de gestão de conhecimento no Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV) e pai de duas moças. “Morreu um pouco aquela idéia de que educação de filho é responsabilidade só da mãe. As pessoas passaram a assumir papéis diversos e, hoje, os pais têm que ser mais criativos do que antigamente.”

Para o professor, o desafio de conciliar família e carreira profissional exige, sobretudo, disciplina. “A geração de hoje tem muitas opções e tem que fazer escolhas, definir prioridades. É preciso disciplinar as escolhas, ter atitude em relação à própria vida”, comentou.

Raimundo cita como exemplo o ´home-office´ -traduzindo, trazer o escritório para dentro de casa. “Mesmo trabalhando em casa, é preciso levantar da cama na hora prevista, preparar-se para trabalhar. O problema é que o brasileiro nunca se planejou para nada. Falta disciplina financeira, familiar, profissional.”

Tempo valioso

Para o coordenador do curso de Administração de Empresas da Universidade Positivo, Daniel Francisco Rossi, é preciso encontrar tempo para dividir o dia-a-dia com os filhos, e não deixar a relação pai-filho apenas para o final de semana.

“O almoço sem a TV ligada, por exemplo, rende trinta minutos de conversa sobre como foi o dia, a escola. Também à noite, depois que os filhos já jogaram videogame, usaram a internet, é hora de sentar juntos novamente. Ser pai não é só jogar futebol no fim de semana”, apontou Rossi, 36, pai de dois filhos, de 8 e 10 anos de idade.

A coordenadora de Recursos Humanos da Catho Online, Fernanda Figueiredo, concorda. “Não importa se o pai tem cinco ou dez minutos para os filhos. O importante é que ele esteja 100% presente. Se possível, que desligue o celular, o notebook. É preciso ser criativo neste momento”.

Pesquisa realizada pela Catho Online com 12.122 profissionais de empresas privadas de todo o Brasil mostra que mais de 62% dos homens ativos no mercado de trabalho são pais. Portanto, a maioria dos profissionais está sujeita aos desafios da “dupla jornada” de trabalho.

Sacrifícios

Mas como sair do trabalho para receber uma homenagem do Dia dos Pais na escola, se há uma reunião marcada justamente naquele horário? Rossi reconhece que nem sempre é possível acompanhar o dia-a-dia dos filhos, principalmente para aqueles que estão em ascensão profissional.

“O mundo dos negócios vai exigir sacrifícios, viagens importantes que vão deixar o profissional longe da família. Mas isso deve ser uma exceção, não uma regra”, disse. “Ainda há pessoas que se gabam de trabalhar 12, 14 ou 16 horas por dia. Para mim, há incompetência de não terminar o trabalho em 8 ou 10 horas”, comentou.

Rossi chama a atenção para empresas que exploram seus funcionários devido ao quadro reduzido. “Daqui cinco ou dez anos, esse funcionário vai se arrepender. Ele pode até ter acumulado riqueza nesse período, mas sempre vai achar que poderia estar mais presente com a família.”

A boa notícia é que ,o fenômeno recente da responsabilidade social está fazendo com que muitas empresas se preocupem com a qualidade de vida de seus funcionários.

“As empresas estão entendendo um ponto simples: pessoas com melhor qualidade de vida rendem mais no trabalho. É melhor dispensar um funcionário que está com o filho prestes a ser operado do que obrigá-lo a participar de uma reunião, por exemplo. E a empresa não faz isso porque é boazinha, não. Ela faz em nome do lucro, mas brasileiro tem vergonha de dizer isso”, arrematou o professor Antônio Raimundo, do Isae-FGV.

Dicas para que possa manter o equilíbrio

Procure conciliar os seus horários com os da família. Se você chegar muito tarde em casa, vai perder um tempo precioso de convívio com seus familiares. Portanto, tente organizar a sua agenda;

Participe de todos os “acontecimentos” familiares.

É sempre importante estar presente em todos os momentos possíveis;

Faça da realidade do filho a sua realidade. Mostre que ele faz parte da sua vida;

Demonstre que você se importa! Ouça atentamente seus familiares, não os ignore;

Não deixe que o trabalho ultrapasse o expediente. Evite passar tempo demais no escritório, se não for necessário. Procure não levar tarefas para realizar em casa, pois isso acaba atrapalhando o seu tempo de descanso e lazer;

Por mais nervoso que esteja devido a outros fatores, não desconte na família, nem leve esse nervosismo para sua casa. Tente manter um clima agradável no lar;

Aproveite os finais de semana para esquecer do trabalho e busque atividades com a família.

As Informações são da Consultoria Catho, através do seu site.

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