A Organização Mundial do Comércio (OMC) apresentou nesta sexta-feira (8) sua nova versão do que deve ser um acordo final da Rodada Doha. Sem um avanço nas posições dos países há meses e indefinições em vários setores, o rascunho do entendimento mantém a maioria das propostas de 2007 inalteradas. Mas o Brasil estima que as poucas modificações foram positivas e abrem a possibilidade para que os interesses industriais do País sejam defendidos.

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A proposta prevê um corte de tarifas de importação para os produtos industriais nos países emergentes, como o Brasil, de mais de 63%. Em troca, os europeus incrementariam a abertura de seu mercado agrícola em alguns pontos porcentuais e os americanos aceitariam um teto de no máximo US$ 16,4 bilhões nos subsídios que distribuem todos os anos.

O texto é praticamente uma repetição do que já havia sido apresentado há sete meses. Mas no setor industrial deixa aberto o nível de proteção que os países emergentes poderão adotar para garantir que setores sensíveis não sejam afetados. O Brasil conta com esse mecanismo para evitar uma abertura exagerada em setores como automotivo, têxteis e químicos. No texto anterior, apresentado em julho de 2007, a OMC indicava que apenas 10% dos produtos importados pelos países poderiam ser colocados como sensíveis no campo industrial. Na versão atual, o número desapareceu, depois de uma pressão forte dos países emergentes.

O Brasil insiste que precisava de 16% de suas linhas tarifárias protegidas e chegou a ameaçar optar apenas pelo Mercosul como acordo se a OMC não atendesse seu pedido. A OMC optou por retirar qualquer número sobre a quantidade de setores sensíveis e caberá agora aos governos chegar a um consenso sobre qual nível de flexibilidade vão querer.

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