A decisão da General Motors de suspender as exportações de veículos para a Argentina recebeu apoio do ministro de Comunicações e Desenvolvimento Estratégico do governo da Província de Córdoba, Jorge Lawson. Ele participou nesta quinta-feira, 11, em São Paulo, de evento da Câmara de Comércio Argentina Brasil, cujo objetivo foi justamente debater formas de derrubar as barreiras comerciais erguidas entre Brasil e Argentina.

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“Isso é correto porque não só a GM mas também a Fiat e a Peugeot estão com dificuldades para tirar dólares da Argentina”, disse o ministro, que é oposição ao governo de Cristina Kirchner.

A suspensão das exportações da GM foi uma decisão tomada em decorrência das restrições impostas pelo governo argentino à liberação de dólares para pagar as importações. O agravante de uma decisão como a adotada pela General Motors, de suspender exportações para o país vizinho, de acordo com Lawson, é que as empresas argentinas já não têm mais carros nem da produção local para vender.

E a falta de produção local tem a mesma origem: a dificuldade que o governo argentino impõe à liberação de dólares para importação. “As empresas argentinas estão sem carros para vender porque, para produzir os veículos, elas precisam de insumos que vêm em grande parte do Brasil. Como o governo não libera os dólares, os insumos não chegam”, disse Lawson em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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Ele acrescentou que isso está fazendo com que haja perda de produção e vendas de carros na Argentina. Em Córdoba, por exemplo, onde o governo da província concede crédito para financiar a compra de veículos produzidos localmente, diz Lawson, há dinheiro mas não há o produto para comprar. Por conta deste problema, de acordo com o ministro de Córdoba, há na província 3,5 mil trabalhadores liberados de comparecer cotidianamente ao local de trabalho.

“Trata-se de uma suspensão rotativa. Numa semana um grupo de trabalhadores vai trabalhar e na outra outro contingente é que comparece no local de trabalho”, disse Lawson, para quem esse quadro está gerando muita angústia aos trabalhadores, que não recebem a semana em que são forçados a deixar de trabalhar.

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