A oposição questionará no Congresso a operação feita pelo Banco do Brasil para comprar 49,9% das ações do Banco Votorantim e pedirá a divulgação da lista de investidores que tinham aplicações na instituição. O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), avalia que a negociação é suspeita e pode ter sido prejudicial aos cofres públicos, uma vez que custou cerca de R$ 4 bilhões para o Banco do Brasil, sem que o governo federal tenha prestado esclarecimentos suficientes sobre os motivos da transação. Maia quer saber também se o governo autorizou a compra para proteger investidores que tinham aplicações no Votorantim.
Por conta disso, Maia protocolou requerimento de convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, junto à comissão representativa do Congresso – a instituição parlamentar que responde pelos trabalhos de Câmara e Senado no período de recesso parlamentar. A ideia é que a comissão se reúna para deliberar sobre o pedido ainda em janeiro, mas, politicamente, Maia já prevê que a decisão de convocação deva ser feita apenas em fevereiro, no início do período legislativo normal.
“É preciso saber se foi uma operação de socorro a um banco com problemas. Se esse foi o motivo da negociação, por qual razão o Banco do Brasil não ficou com o controle da maioria das ações em vez de comprar apenas 49,9%? Se havia uma má gestão e o governo precisou intervir, mesmo que através de uma compra, não tem sentido deixar o atual gestor controlando as decisões do banco. Assim, o governo estatizou o prejuízo do banco e manteve o lucro privatizado”, critica Maia.