O comércio atacadista e varejista do Paraná deve abrir entre 14 e 15 mil vagas para emprego temporário neste final de ano – cerca de 11 mil em Curitiba e região metropolitana e outras 4 mil no interior do estado – especialmente em pólos comerciais como Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel. A estimativa é do Sistema Fecomércio-PR (Federação do Comércio no Paraná).
As atividades são as mais diversas, desde montagem e embalagem de cestas básicas e cestas de Natal; carga, descarga, armazenagem e estocagem adicional; logística de transporte, distribuição e circulação; reposição de mercadorias nas prateleiras e depósitos, entre outros. Os locais onde surgem as oportunidades também são os mais variados, incluindo supermercados, hipermercados, atacadistas de alimentos, shoppings, empresas de turismo, bares e restaurantes, academias de ginástica, salões de beleza.
Uma boa notícia para quem está desempregado é que, ao término do contrato, uma parcela desses trabalhadores é efetivada. ?Entre 6% e 9% do total da mão-de-obra temporária é aproveitada pelo comércio como trabalhadores permanentes?, afirmou o assessor econômico do Fecomércio-PR, Vamberto Santana.
Já a Associação Comercial do Paraná (ACP) aposta em um número menor de contratações temporárias no Paraná: cerca de 10 mil, sendo a maioria delas (60%) em Curitiba. O vice-presidente de Serviços da ACP, Élcio Ribeiro, lembrou que existem duas classificações do comércio: as lojas de departamentos, que já iniciaram as contratações, e as lojas pequenas e médias, que deixam para contratar apenas na primeira quinzena de dezembro. ?Nessas lojas menores, praticamente 50% dos trabalhadores temporários acabam sendo efetivados num prazo de seis meses após o Natal. Eles acabam ajudando no estoque, cobrem férias de funcionários antigos, cobrem licença-maternidade, enfim?, destacou Ribeiro. O salário médio dos temporários no comércio do Paraná, segundo Ribeiro, varia entre R$ 450,00 e R$ 480,00.
Lei
O trabalho temporário existe na estrutura trabalhista brasileira conforme define a Lei 6.019/74. É utilizado para atender necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou então a um acréscimo na demanda de bens ou serviços. A contratação se dá por ?prazo determinado?, até 90 dias, em relação aos quais o trabalhador recebe o décimo terceiro salário e férias proporcionalmente. Não tem direito a aviso prévio nem multa de 40% do FGTS.
?A remuneração média mensal do trabalhador temporário tem sido superior ao salário mínimo vigente no país, caracterizando uma fonte de renda adicional que irá contribuir na dinamização da demanda na economia?, observou o economista Vamberto Santana, do Fecomércio-PR. Verifica-se também na maioria desses trabalhadores um empenho adicional durante o período de contrato, principalmente porque existe a expectativa e possibilidade de contratação definitiva para aqueles de melhor desempenho e produtividade.
Comércio otimista com as vendas para o Natal
O comércio varejista está otimista com as vendas para o Natal. Conforme a Pesquisa Conjuntural do Comércio, divulgada pela Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR), a expectativa é que as vendas este ano cresçam entre 6% e 10% na comparação com o ano passado.
Segundo a entidade, o otimismo se deve principalmente às datas comemorativas do segundo semestre – Dia dos Pais, Dia das Crianças -, que possibilitaram um crescimento consistente nas vendas do comércio paranaense.
?Alguns fatores conjunturais estão colaborando para essa perspectiva positiva?, apontou o presidente do Sistema Fecomércio, empresário Darci Piana. A realização das eleições – primeiro e segundo turnos -, por exemplo, possibilitou a criação de empregos temporários e maior giro de dinheiro, dando oportunidade de trabalho para motoristas, cabos eleitorais, portadores de bandeiras, distribuidores de folhetos, entre outras atividades, gerando acréscimo de renda.
De acordo com o assessor econômico do Sistema Fecomércio, Vamberto Santana, outras variáveis colaboraram com essa perspectiva positiva: controle da inflação – previsão inferior a 3% no ano -; queda continuada na taxa básica de juros (Selic), que em outubro passou para 13,75% ao ano; crescimento da renda e elevação do poder aquisitivo, que melhoram o padrão de consumo. ?No atual momento da economia paranaense, surgem os primeiros indícios de esgotamento e superação da crise no agronegócio, mais intensa no primeiro semestre?, comentou.
ACP
A Associação Comercial do Paraná (ACP) também prevê crescimento das vendas para o Natal, porém em índices um pouco menores: entre 6% e 8%. A estimativa é com base em pesquisa feita junto aos lojistas, dois meses antes da data comemorativa. Segundo o vice-presidente de Serviços da ACP, Élcio Ribeiro, o preço médio do presente deve ser de R$ 52,00. Sobre os itens mais procurados, Ribeiro aposta em calçados, roupas e celulares. ?Não deve haver um produto único de procura?, comentou.
O vice-presidente da ACP acredita que as pessoas irão usar a primeira parcela do 13.º salário – que será paga pelas empresas até o próximo dia 30 – para efetuar as compras. Segundo Ribeiro, as pessoas estão consumindo com critério, e a taxa de inadimplência não será elevada. ?No começo do próximo ano, não deve haver uma enxurrada de maus pagadores?, acredita ele.