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O cenário não é dos melhores para a saúde suplementar: de um lado, os usuários de planos reclamam dos reajustes nas mensalidades; do outro, os médicos criticam a falta de reajuste dos honorários e muitos estão pedindo o descredenciamento. No meio da batalha estão as operadoras de saúde – cerca de 1,7 mil em todo o País – que também não estão nada felizes com o aumento dos custos médicos e a defasagem financeira.

"Cerca de 74% das 1,7 mil operadoras de saúde estão fechando o ano "no vermelho", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo do Paraná e Santa Catarina (Abramge-PR/SC), Joelson Samsonowski. Segundo ele, os custos médicos – incluindo consultas, cirurgias, internamentos – aumentaram cerca de 82% nos últimos cinco anos. Por outro lado, o reajuste dos planos foi de 45% nesse mesmo período. "Não estamos tendo condições de reajustar devidamente as mensalidades e, agora, não há como repassar a diferença tudo de uma vez. Estamos hoje engessados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)", criticou.

Mesmo sem os reajustes que as operadoras alegam como necessários, o número de usuários de planos de saúde vem diminuindo: chegou a 42 milhões há quase três anos e agora somam 37 milhões. "Em três anos, perdemos cinco milhões de usuários, que migraram para o SUS. Também a inadimplência é alta: gira em torno de 20%", apontou Samsonowski.

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