A desvalorização das ações da Oi nos últimos meses reflete o período turbulento pelo qual a empresa passa. Na sexta-feira, 15, o valor de mercado da operadora encerrou a R$ 611 milhões, uma queda de 60% só neste ano. Em seu auge, em maio de 2009, a companhia chegou a atingir a marca de quase R$ 20 bilhões, de acordo com a Economática.

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Com o tombo, agora a ação da Oi vale menos de R$ 1 e, a partir de 2 de maio, deve deixar o índice Ibovespa, o principal indicador de movimentação do mercado acionário na BM&FBovespa.

“O que vemos na Oi hoje é uma empresa defasada em todos os sentidos. Por causa dos problemas financeiros, a companhia tem investido menos do que seus concorrentes na operação. Ficou de fora, por exemplo, do leilão de 700 Megahertz (MHz), que será utilizado em redes 4G, considerado o ‘filé mignon’ do setor. Também houve uma evasão de usuários”, afirmou Ronny Berger, analista do Brasil Plural.

O mercado também vê com ressalvas a governança corporativa da empresa. A avaliação é que ela teria sido arranhada, em 2014, pela crise da Rioforte, empresa não financeira do grupo português Espírito Santo, então controlador da Portugal Telecom (PT). A Rioforte deu um calote de ¤ 897 milhões na PT e levou os sócios – Oi e PT – a rever a estrutura societária, após a fusão anunciada em outubro de 2013. À época, as companhias anunciaram a criação de uma multinacional das telecomunicações, com planos ambiciosos de expansão.

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A turbulenta fusão causou mal-estar entre os principais acionistas que faziam parte do bloco de controle da Oi. Os sócios portugueses, reunidos na Pharol, são os maiores acionistas individuais, com 27,18% das ações totais da Oi. Segundo eles, a crise atual da tele não pode ser atribuída somente ao fator Rioforte, mas também à má gestão da operadora nos últimos anos. Mesmo assim, acreditam na recuperação da empresa, afirmou um dos acionistas portugueses à reportagem.

O BNDES é o único acionista brasileiro do antigo bloco de controle (a tele é, desde setembro, uma companhia de capital pulverizado, sem controlador) que participa das reuniões semanais do conselho de administração da empresa.

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O banco não divulga quanto colocou de capital na empresa. Em nota, informa que o saldo resultante dos investimentos em renda variável, realizados entre 1999 e 2015 no grupo Oi, é positivo em R$ 1,685 bilhão. A participação da BNDESPar na empresa é atualmente de 4,63% do capital total.

Fora da gestão

Os antigos controladores, como Andrade Gutierrez (AG) e La Fonte (do grupo Jereissati), ambos com menos de 1% de fatia na companhia, não participam do dia a dia da empresa. O BTG Pactual, com cerca de 3,5%, que entrou na companhia ao fazer uma capitalização direta e indiretamente, por meio do fundo Caravelas (que não é mais ativo), também está completamente fora da gestão.

Segundo fontes próximas à Oi, a companhia aposta todas as fichas na reestruturação das dívidas. O discurso de ser o “protagonista” na consolidação do setor foi deixado para trás.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.