A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) prevê que o ritmo de crescimento da produção brasileira vai desacelerar nos próximos meses. Em relatório mensal divulgado nesta semana, a entidade estima que a produção média brasileira deve alcançar 3,17 milhões de barris de petróleo por dia no próximo ano. O volume é 110 mil maior que a média esperada para 2015. “É esperado que o ritmo de crescimento no Brasil desacelere substancialmente em 2016”, diz a entidade, que coloca em dúvida o calendário programado para o início de três novas áreas de exploração no País no próximo ano.

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A Opep explica a desaceleração da produção brasileira pela redução dos investimentos na já madura área de produção da Bacia de Campos e também pela base de comparação elevada. “De fato, alguns das maiores áreas na região de Campos já estão registrando algum declínio acentuado. Por exemplo, o campo de Marlim, que produziu 240 mil barris diários em 2014, teve queda de mais de 30% em 2015, o que foi parcialmente relacionado com a manutenção”, cita o documento da Opep.

Além desse cenário estrutural relacionado à maturação de campos, a Opep nota que a frágil situação da Petrobras também influencia. “Para ilustrar os desafios que a Petrobras enfrenta, na conferência de imprensa do terceiro trimestre de 2015, a empresa sinalizou reduções adicionais na atividade que provavelmente resultarão em atrasos em projetos programados para começar no próximo ano”, cita o documento. A entidade nota que a estatal brasileira indicou que pode reduzir a frota de navios sonda e ainda reduziu a previsão de produção de mais longo prazo, em 2020.

Em 2016, três projetos da estatal devem começar a operar – dois no primeiro trimestre e um no terceiro trimestre. Juntos, esses empreendimentos têm a capacidade de adicionar 380 mil barris diários na produção nacional. Mas a Opep nota que os anúncios relacionados aos projetos têm sido “vagos” e “sugerem que mais de um projeto pode atrasar”. “Se vários empreendimentos atrasarem para 2017, haverá consequências significativas para a produção brasileira no próximo ano. Se algum ou todos os três projetos não começarem como planejado, o Brasil pode ter de lutar para registrar qualquer tipo de crescimento”, cita o relatório.

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Demanda

O relatório atualizou também o quadro de demanda que prevê 6,79 milhões de barris diários na América Latina. Não há detalhamento por país nessa estimativa. O volume é 2% maior que o registrado em 2015. “As expectativas para o crescimento da demanda por petróleo na América Latina parecem um pouco melhores diante da perspectiva econômica comparada a 2015. Além disso, algum apoio à demanda pode surgir dos combustíveis para transporte com a realização dos jogos Olímpicos no Brasil”, cita o documento.

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