A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu reduzir, a partir de 1.º de janeiro de 2005, em cerca de 1 milhão de barris por dia a produção excedente dos países membros, disse ontem o ministro da Energia da Argélia, Chakib Jalil, segundo a agência de notícias France Presse. Em tese, a decisão deve pressionar a cotação do petróleo, já que a produção menor deve limitar ou até mesmo interromper o processo de recuperação de estoques dos Estados Unidos que vinha tranqüilizando o mercado.
O ministro da Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, disse após a reunião que este "é um bom sinal da Opep para evitar a queda dos preços". "Buscamos a estabilidade", disse Ramírez à France Presse.
Com o corte estabelecido ontem, a produção da Opep deve ficar próxima da cota oficial do cartel, de 27 milhões de barris por dia – a produção excedente estava entre 1,1 milhão e 1,7 milhão de barris por dia. O cartel deve voltar a se reunir em 31 de janeiro do próximo ano para discutir novamente os níveis de produção dos países-membros.
Após o preço do petróleo registrar forte queda nas últimas duas semanas, o ministro do Petróleo do Kuait, Fahad al Ahmad al Sabah, disse que todos os membros do cartel concordam com a redução do excesso de produção e a manutenção da cota oficial.
Nesta semana, o ministro saudita do Petróleo, Ali al Naimi, disse ao jornal árabe Al Hayat, que tem sede em Londres, que apóia a idéia de um corte de 1 milhão de barris por dia nos excedentes de produção. "É importante interrompermos o colapso de preços", disse Al Naimi. Ele disse ainda que, se o cartel fizer tal corte, a Arábia Saudita reduzirá sua produção em 500 mil barris por dia.
Já o ministro do Petróleo da Líbia, Fathi bin Shatwan, disse, segundo a agência de notícias Associated Press, que, apesar de ser possível para alguns países da Opep reduzir sua produção imediatamente, para outros isso pode levar mais tempo.
Com a expectativa da redução da cota, os preços já vem registrando ligeiro avanço. Anteontem, o barril para janeiro fechou cotado a US$ 42,53, alta de 1,4%. Ontem seguia em alta, subindo 0,87%, para US$ 42,90.
No dia 25 de outubro, o preço chegou a US$ 55,67 durante a negociação e fechou cotado a US$ 55,17 nos dias 22 e 26, também de outubro. Os preços escalaram a essa altura devido ao medo, que dominou os investidores, de que as reservas de combustível para aquecedores nos EUA não fosse suficiente para atender a demanda, com a proximidade do inverno no hemisfério Norte.
Parte desse temor se devia à queda na produção das refinarias no golfo do México, que foram fechadas em setembro devido à passagem do furacão Ivan pela região. Com a gradual retomada das atividades na refinarias, contudo, o preço foi recuando aos poucos até o dia 30 de novembro, quando fechou a US$ 49,13.
No dia 1.º de dezembro, por sua vez, com a divulgação do crescimento dos estoques de destilados nos EUA, o barril despencou 7,41%, caindo para US$ 45,49. Desde então seguiu em queda e, na quarta-feira desta semana, o barril caiu para US$ 40,45 durante a sessão.
