A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) continuou reduzindo sua produção em março e em ritmo mais acentuado do que no mês anterior.
Em relatório mensal divulgado nesta quarta-feira, a Opep informou que a produção de seus integrantes caiu 534 mil barris por dia (bpd) no mês passado, para uma média de 30,02 milhões de bpd. Em fevereiro, o corte na oferta do cartel havia sido de apenas 221 mil bpd.
A queda se deveu principalmente ao resultado da Arábia Saudita, cuja oferta diminuiu 324 mil bpd em março, a 9,794 milhões de bpd. Houve reduções também na produção da Venezuela e Irã, que estão sob sanções dos Estados Unidos, e no Iraque. Por outro lado, Líbia, Congo e Nigéria ampliaram sua produção no último mês.
No fim do ano passado, a Opep e aliados liderados pela Rússia decidiram reduzir sua oferta combinada em 1,2 milhão de bpd durante a primeira metade de 2019, como parte de uma estratégia para conter a produção global excessiva e impulsionar os preços do petróleo. A Opep se responsabilizou por um corte de 800 mil bpd e os aliados, pelos demais 400 mil bpd.
Segundo o documento de hoje, porém, a oferta global teve redução de apenas 140 mil bpd em março, a 99,26 milhões de bpd, uma vez que a produção fora da Opep aumentou 390 mil bpd no mês passado, impulsionada principalmente pelos resultados dos Estados Unidos e do Brasil.
Para o crescimento da demanda global por petróleo deste ano, a Opep cortou sua previsão de 1,24 milhão de bpd para 1,21 milhão de bpd, para o total de 99,91 milhões de bpd.
O documento da Opep também aponta que os estoques comerciais de petróleo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sofreram baixa de 18,3 milhões de barris em fevereiro ante o mês anterior, a 2,863 bilhões de barris. O resultado ficou cerca de 7,5 milhões de barris superior à média dos últimos cinco anos – que é uma métrica de estabilidade do mercado de petróleo – e também 7 milhões de barris acima do nível de um ano antes.