A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo a previsão de crescimento da demanda por petróleo neste ano, sob a justificativa de que os elevados preços da matéria-prima (commodity) começam a afetar o consumo em nações industrializadas, além dos Estados Unidos. Segundo a entidade, a demanda mundial deve crescer 1,28%, ou 1,1 milhão de barris diários, para uma média de 86,9 milhões de barris diários. A estimativa anterior era de crescimento de 1,35%.

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No entanto, a demanda em países emergentes compensará o consumo menor nas nações mais desenvolvidas. Espera-se que somente a China responda por 40% do crescimento da demanda global por petróleo em 2008, diz a Opep em seu último relatório mensal, divulgada nesta sexta-feira (13).

"O enfraquecimento da demanda nos EUA e o atual ambiente de preços afetarão a demanda não só nos EUA, mas também nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no segundo semestre deste ano", de acordo com o relatório. A OCDE reúne 30 países, que produzem mais da metade de toda a riqueza do mundo. O Brasil não faz parte da organização.

Entre janeiro e março de 2008, a demanda em países da OCDE ficou 700 mil barris abaixo da registrada no primeiro trimestre de 2007.

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Governos de muitos países desenvolvidos subsidiam os combustíveis para os consumidores, medida que sustenta os níveis de consumo. Mas o crescente custo dos combustíveis e a alta nos preços do petróleo forçaram alguns governos a reduzir a ajuda. Contudo, isto não deve afetar a demanda global de modo significativo, relata a Opep. "As crescentes economias asiáticas são capazes de absorver os custos extras do combustíveis no curto prazo".

A Opep também revisou para baixo a capacidade de produção de países que não são membros do cartel em 50 mil barris diários – a organização cita expectativas menores no Reino Unido, Austrália, Sudão e Casaquistão. Agora, a produção dos países não membros deve crescer 700 mil barris diários.

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O cartel informou ainda que a produção diária dos países membros avançou cerca de 343,2 mil barris diários em maio ante abril, para 32,19 milhões de barris diários. A produção na Arábia Saudita e no Iraque cresceu significativamente. Também segundo a Opep, Angola superou a Nigéria como maior produtora de petróleo da África em maio, o que ressalta tanto o sucesso de Angola na capacidade de extração nos últimos dois anos como os atuais problemas de produção na Nigéria.