A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortou sua estimativa de demanda global da matéria-prima (commodity) este ano, reiterando que a fraqueza econômica mundial continua prejudicando o consumo de petróleo. O cartel informou, no relatório mensal sobre o mercado, divulgado nesta sexta-feira (13), que a demanda em 2009 será 1 milhão de barris por dia menor do que a de 2008, totalizando 84,61 milhões de barris por dia. Isso representa uma redução de 400 mil barris por dia na projeção feita em fevereiro deste ano.

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Segundo o relatório, a demanda por petróleo produzido pelo cartel deve cair para 29,1 milhões de barris por dia em 2009, o que representa um declínio de 1,8 milhão de barris por dia em relação ao ano passado.

“A propagação da crise financeira para a economia real está afetando tanto os países desenvolvidos quanto os em desenvolvimento, sugerindo que o impacto na demanda por petróleo em 2009 será sentido não só na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), mas também no mundo todo”, disse a Opep no relatório. A OCDE reúne 30 países, que produzem mais da metade de toda a riqueza do mundo – o Brasil não faz parte da organização.

A Opep se reúne no domingo, em Viena, para discutir a produção.

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AIE

A revisão da Opep ainda deixa a estimativa do cartel para a demanda mundial em 2009 acima da projeção feita pela Agência Internacional de Energia (AIE), também divulgada hoje.

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A AIE cortou sua previsão em 270 mil barris por dia para 84,4 milhões de barris por dia este ano, o que representa uma queda de 1,2 milhão de barris por dia, ou 1,5%, em relação ao consumo de 2008.

A AIE, porém, alertou que uma dinâmica apertada de oferta pode resultar em queda rápida dos estoques das nações industrializadas e advertiu que a adesão total aos cortes de produção já anunciados pela Opep pode rapidamente diminuir os estoques globais de petróleo, apesar da menor demanda projetada. A agência acrescentou que a Opep retirou 3,3 milhões de barris por dia do mercado entre setembro do ano passado e fevereiro deste ano.

“Quando há demanda em queda para o petróleo, pode fazer sentido para a Opep cortar a oferta de sua parte, mas acreditamos que há um risco de eles irem longe demais. Uma das nossas principais mensagens seria de não esquecer que a oferta fora da Opep também está caindo”, disse David Fyfe, editor do relatório da AIE.