Numa decisão que surpreendeu os mercados de petróleo e impulsionou os preços da commodity, autoridades da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) informaram hoje que o grupo não conseguiu alcançar um consenso para aumentar a produção. “Infelizmente, nós não conseguimos alcançar um consenso neste momento para reduzir ou aumentar a nossa produção”, declarou o secretário-geral da Opep, Abdalla Salem el-Badri.
O ministro do Petróleo do Irã, Mohammad Aliabadi, que também é presidente da organização, afirmou que a decisão não foi recebida muito bem por alguns membros. Segundo ele, a quantidade e o momento de elevar a produção provocaram divergência dentro da organização.
Por outro lado, o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali Naimi, disse que a reunião de hoje da Opep “foi uma das piores” e que o cartel, dividido, não foi capaz de fechar um acordo sobre uma elevação das cotas de produção do grupo. “Foi um dos piores encontros que tivemos” afirmou Naimi a jornalistas, após o fim do encontro.
Os delegados do Golfo haviam pressionado nos últimos dias por um aumento entre 1 milhão e 1,5 milhão de barris por dia da produção. Mas alguns outros membros da Opep criticaram o plano, argumentando que as ofertas mundiais de petróleo são suficientes e que os preços atuais, de US$ 100 a 115 o barril, são apropriados.
O secretário-geral da Opep, Abdalla Salem el-Badri disse que não há escassez de petróleo no mercado. A decisão significa que os membros da Opep manterão sua atual produção inalterada. Um autoridade do Irã afirmou, enquanto a reunião estava sendo realizada, que o país iria propor a realização de uma reunião de emergência nos próximos três meses como forma de reavaliar o mercado.
Mais tarde, o ministro do Petróleo do Irã, Mohammad Aliabadi, confirmou que o país poderá convocar uma reunião emergencial da organização. A próxima reunião da Opep está marcada para dezembro de 2011, em Viena. As informações são da Dow Jones.