O diretor geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, destacou nesta terça-feira, 20, que o modelo de leilões previsto para este ano está mais alinhado à proposta defendida por ele, de que é necessário haver maior equilíbrio entre custo e segurança de abastecimento.

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No segundo semestre deste ano, o governo brasileiro realizará um leilão de energia de reserva com a separação de projetos por fontes, abrindo espaço para projetos considerados mais caros e mais positivos do ponto de vista de segurança de abastecimento ao mercado. Já o leilão A-5, previsto para setembro, terá como premissa um custo variável mais elevado, de R$ 250 MWh, o que deve viabilizar a presença de projetos térmicos abastecidos por gás e carvão.

“Ainda não é um leilão por fonte, mas é um leilão que de certa forma privilegia tipos de produtos. Está começando a chegar onde achamos que seria mais adequado, de melhor equilíbrio entre custo e segurança”, destacou Chipp, que participou hoje do evento LETS, organizado em parceria pelas federações das indústrias de São Paulo (Fiesp) e do Rio de Janeiro (Firjan).

Chipp defende um maior equilíbrio entre projetos de custos menores e geração variável, caso da energia eólica, com fontes mais caras e de funcionamento previsível, caso das térmicas a gás, por exemplo. O modelo anunciado para o leilão de reserva prevê que projetos eólicos serão disputados entre si, o mesmo ocorrendo com usinas abastecidas por energia solar e por resíduos sólidos. Não fosse esse o modelo adotado, dificilmente projetos considerados mais caros, como os fotovoltaicos, teriam condições de disputar com empreendimentos eólicos.

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Sem risco

Não há riscos de apagão no mercado brasileiro em 2014, segundo Chipp. “Se a afluência no período seco de junho a novembro estiver próxima do valor esperado, não teremos problemas”, enfatizou, em conversa com jornalistas, em evento, em São Paulo. “E se houver alguma visão do operador de que com a afluência que está chegando não haveria condições de atender trabalhando do lado da oferta, vamos propor outras medidas. Mas até agora não há necessidade”, complementou o executivo, fazendo questão de minimizar o discurso de que o Brasil poderia sofrer novo apagão em 2014.

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Embora adote um tom otimista, Chipp destacou que o País precisa hoje de qualquer oferta disponível de energia a partir de fontes seguras, caso das térmicas. A declaração foi dada após ser questionado a respeito da possibilidade de a Eneva (antiga MPX) enfrentar problemas de concluir seu projeto de expansão. “Hoje, qualquer energia firme que for colocada no sistema é importante. Não me refiro apenas a 400 MW, mas a 200 MW, 100 MW, o que tiver”, destacou.