O diretor geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Barata, afirmou nesta quarta-feira, 13, que o planejamento do setor elétrico terá que ser revisto se a economia voltar a crescer, mas garantiu que não deverá haver problemas no abastecimento de energia elétrica, já que o Brasil tem uma grande vocação para energias renováveis e esses projetos são de rápida execução.
“É esperado, e é torcida nacional, um crescimento de Produto Interno Bruto (PIB) maior. Naturalmente vamos ter que rever nosso planejamento, mas as novas fontes de geração (de energia elétrica) atuais têm muito menor tempo de maturação, isso que nos dá conforto para dizer que mesmo que tenhamos crescimento acelerado da economia, nossa capacidade instalada poderá ser adequada a esse crescimento”, explicou em evento de empresas italianas sobre o setor elétrico na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Barata lembrou que o Sistema Interligado Nacional (SIN) brasileiro contempla 99% do território, com exceção de Roraima, mas que nos próximos anos será feita a integração que chegará a 100%. O diretor, porém, não forneceu detalhes de como isso ocorrerá. Segundo Barata, o Brasil vai continuar investindo nas energias limpas e ressaltou que a energia eólica já responde por quase 10% da geração total do País e a solar fotovoltaica será desenvolvida nos próximos anos. Já a construção de hidrelétricas deverá ficar restrita à Amazônia, onde ainda existem reservatórios, mas terão que ser construídas sem reservatórios, para minimizar o impacto ao meio ambiente.
Apesar das altas temperaturas do verão deste ano no País, Barata explicou que não há motivo para preocupações e que os recentes recordes de carga de energia registrados, sem que houvesse desabastecimento de energia elétrica no País, mostraram que o sistema é seguro.
“Tivemos recordes de carga em situações bastante adversas e não tivemos crise”, disse Barata, referindo-se a ocorrências em janeiro como a saída do SIN da usina nuclear Angra 2 por alguns dias e de dois polos de transmissão nas usinas do rio Madeira, que já foram solucionados.