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 Foto: Arquivo/O Estado

Ministro Celso Amorim: encontro com Susan Schwab.

O governo brasileiro manteve ontem seu primeiro encontro com a nova chefe da diplomacia comercial americana, Susan Schwab, que substituirá Rob Portman como representante de Comércio da Casa Branca. Em Genebra, o chanceler Celso Amorim se reuniu com Susan e com o próprio Portman, que nas próximas semanas passará a ser responsável pelo orçamento americano. A mudança no comando da representação de Comércio dos Estados Unidos ocorre em um momento crítico das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), que perdeu mais um prazo para fechar um entendimento na semana passada e cancelou sua reunião ministerial que deveria ocorrer nesta semana.

Mesmo assim, alguns dos principais ministros na OMC optaram por viajar até Genebra, ainda que não seja para fechar um acordo. ?Vamos demonstrar que queremos manter viva a rodada e a negociação?, afirmou Amorim, que no sábado manteve reuniões com o ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath, para alinhar as posições dentro do G-20, grupo de países emergentes. Os ministros da Austrália e Japão também estarão na sede da OMC nesta semana para supostamente debater como tirar a entidade da crise em que se encontra.

Com Susan, a diplomacia brasileira acredita que o sentido da reunião será conhecer suas posições sobre os vários temas relacionados à OMC.

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Washington garante que a nova negociadora não modificará as prioridades americanas, pelo menos por dois motivos. O primeiro delas é que Susan é, atualmente, a vice-representante de Comércio da Casa Branca e trabalha diretamente com Portman. A segunda razão seria o fato de a política comercial não estar atrelada à personalidade de Portman, mas sim do próprio presidente George W. Bush.

Mas, em Genebra, a mudança enviou um sinal de que o governo americano estaria colocando seus principais ministros para tratar de temas domésticos e substituindo Portman por uma funcionária de um escalão inferior, e não por outro político ligado a Bush. A chegada de Susan Schwab acompanhada de Portman à OMC nesta semana, portanto, tem como objetivo tentar tranqüilizar os demais países de que os Estados Unidos continuariam engajados na Rodada de Doha.

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Para analistas, porém, as reuniões entre os ministros nesta semana serão ?vazias?. Apesar da tentativa do Brasil e Estados Unidos de mostrar compromisso com a conclusão da rodada, os encontros em Genebra não contarão com a presença de Peter Mandelson, comissário de Comércio da Europa e tido pelos países emergentes como o principal obstáculo para um acordo agrícola. Mandelson se recusa a aceitar uma maior liberalização do mercado europeu.

Amorim acusou a União Européia (UE) de estar dando um ?sinal muito ruim? para as negociações ao não enviar um representante a Genebra. Mandelson e Amorim apenas falarão por telefone durante a tarde de hoje, já que Bruxelas considerou que ?não valia a pena se deslocar até Genebra?. ?Claro que, sem a União Européia, não pode haver negociação?, admitiu Amorim. Mandelson, porém, dará uma palestra em Zurique, a menos de 300 quilômetros de Genebra, na quinta-feira.