As três lojas da Olsen, concessionária da Ford em Curitiba, amanheceram ontem fechadas ao público. Somente a parte administrativa permanece funcionando para atendimento interno. Motivo: a transferência das operações do Grupo Olsen para outro grupo empresarial. A venda já foi acertada com a Ford, que agora analisa três propostas de grupos interessados nas revendas, do Paraná, Rio de Janeiro e Goiânia.
O valor da negociação e o nome das empresas não foram divulgados. A continuidade da operação com a marca Ford depende de aval da própria montadora. A definição deve sair nas próximas semanas, de acordo com os antigos proprietários. Mas a assessoria de imprensa da Ford informou que não há um prazo previsto para o anúncio do comprador. De acordo com a montadora, alguns processos desse tipo levam um a dois meses para conclusão.
As três revendas da Ford empregavam 120 pessoas, que foram demitidas na última sexta-feira. Acordo verbal do grupo Olsen com os interessados no negócio prevê a recontratação dos funcionários.
Mudança de ramo
A venda das lojas resulta de dois anos de estudos e análises. “Estamos nos desligando do setor de revenda de automóveis para incrementar nossas atividades nos setores agropecuário, madeireiro e de distribuição de autopeças”, justifica Marcos Olsen, presidente do Grupo Olsen. Segundo ele, o grupo estudava a retirada do setor de automóveis desde março de 2000, quando a Ford mundial abandonou o projeto de consolidação no mercado por meio da união de suas revendas.
“Acreditamos que o modelo de revendas adotado no Brasil está esgotado. A Olsen investiu muito para ser pioneira na América Latina na implantação do projeto mundial da Ford de consolidação no mercado, pois acredita que este continua sendo o melhor caminho para o setor. Entretanto, a fábrica mudou seu planejamento estratégico, levando-nos a uma reavaliação profunda do negócio”, declarou.
Para o empresário, a efetivação da negociação das lojas se deve ao crescimento de market share da Ford no Brasil. Depois da formação da Autolatina, a participação da Ford no mercado nacional de automóveis caiu de 23% para 8%. Com a instalação da fábrica em Camaçari (BA) e o lançamento do novo Fiesta, primeiro modelo brasileiro da montadora, a meta é chegar ao final do ano com 12% do mercado, ampliando para até 15% no final de 2004. “A Ford é hoje a marca com maior possibilidade de crescimento no Brasil. Isso facilitou nossas negociações, com êxito para os dois lados”, avalia Marcos Olsen.