Os preços do café ?deverão se manter nos níveis atuais ao longo deste ano?, segundo estimativa do diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Nestor Osório. Segundo ele, é possível prever essa estabilidade na cotação até outubro ou novembro de 2005, quando ocorre a colheita em regiões produtoras importantes como o Brasil e Antígua. ?Não podemos ver (os preços) além disso?, afirmou Osório no V Seminário Internacional do Café, que está sendo realizado no Rio.
Osório explicou que a produção mundial de café neste ano deverá totalizar 107 milhões de sacas, para um consumo mundial em torno de 115 milhões de sacas, mas há estoques de 20 milhões de sacas com as indústrias e de 15 milhões de sacas com os produtores.
Diante dessa situação de mercado, ele sugere ?cautela? aos produtores na hora de definir o plantio para a próxima safra cafeeira. ?Minha mensagem é de cautela?, disse, acrescentando que o trabalho da OIC atualmente não inclui incentivos a aumentos na produção, mas apoio a projetos que melhorem a infra-estrutura de processamento do setor, a qualidade do café, as técnicas de comercialização e a utilização de instrumentos de mercado. ?Hoje em dia não há condições políticas para intervenção no mercado?, disse.
Para Osório, a história recente do café se divide entre a fase anterior ao início da década de 90, quando havia intervenção e estabelecimento de cotas, e a atual, regida pelo livre mercado. Ele lembrou que a OIC realizará no final de setembro, em Salvador, a segunda Conferência Internacional do Café, que reunirá autoridades governamentais, indústrias, produtores e consumidores de café de todo o mundo para discutir essa nova realidade de mercado criada nos últimos 15 anos.