A Oi negou nesta quarta-feira (30) que a compra da Brasil Telecom (BrT), anunciada no final de abril, irá gerar concentração no mercado de telefonia, como teria afirmado a rival Embratel em documento encaminhado à Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda. Em informe publicado nos jornais, a Oi (antiga Telemar) afirma que o processo de aquisição da BrT tem como objetivo “criar uma plataforma brasileira de telecomunicações com capacidade de competir em igualdade de condições com multinacionais que atuam no Brasil, caso da mexicana Telmex, dona da Embratel e da Claro e com participação relevante na Net”.
Na visão da Oi, a Telmex não quer a competição de um grupo com abrangência nacional. “A operação (entre Oi e BrT) será benéfica para o consumidor e a Telmex terá um verdadeiro competidor para enfrentar. As versões da Telmex, que detém 92% de todas as linhas de telefonia fixa do México, 73% dos celulares e domina diversas operadoras na América Latina, são frágeis e desconsideram a inteligência do mercado brasileiro”, afirmou a Oi, acrescentando que a sua integração com a BrT ampliará a concorrência sobretudo na telefonia móvel, já que atualmente Claro, TIM e Vivo possuem redes com abrangência nacional.
Ainda conforme a Oi, a compra da BrT formará o segundo “backbone” nacional (rede de comunicação de dados), “criando o primeiro e único competidor de alcance nacional frente ao backbone da Embratel, o que contraria os interesses da companhia mexicana”.
Segundo reportagens do jornal O Estado de S. Paulo publicadas na semana passada, a Embratel quer impedir a compra da BrT pela Oi, de acordo com fontes do mercado. Em documento enviado pela Embratel à Seae, a empresa teria afirmado que a compra da BrT pela Oi levará a uma concentração excessiva de mercado, prejudicando a concorrência. A Embratel preferiu não discutir o conteúdo do documento enviado à Seae. Em comunicado, a companhia informou que “a Seae solicitou a opinião da Embratel, bem como outras informações relativas aos efeitos concorrenciais da operação de compra da BrT pela Oi, que poderá afetar o mercado de telecomunicações como um todo”.
Nos comentários feitos nesta quarta-feira, a Oi disse ainda que a escala que a Oi obterá com a BrT “vai gerar redução de preços para os clientes”, ao aumentar os ganhos de produtividade com a operação combinada.
A conclusão da compra da BrT depende de mudanças no Plano Geral de Outorgas (PGO) e ainda terá que ser analisada pelas autoridades de concorrência.