Em meio a contratempos e ações judiciais, a antiga OGX (rebatizada de Óleo e Gás Participações, OGPar) tenta aprovar na tarde desta terça-feira, 3, em assembleia de credores seu plano de reestruturação. A dívida da petroleira do empresário Eike Batista é de US$ 5,8 bilhões, o que torna sua recuperação judicial a maior da história na América Latina. Nos últimos dias, fornecedores tentaram impedir na Justiça que os detentores de títulos da companhia, donos de 60% dos créditos a receber, votassem individualmente na reunião.

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Por envolver centenas de credores – de fornecedores de cafezinho a instituições financeiras – e pela magnitude dos valores em jogo, a previsão é que se de fato ocorrer a assembleia seja longa e movimentada. Mas uma surpresa de última hora não está descartada, afirmam fontes envolvidas no processo.

Até o fim da noite desta segunda-feira, 2, ainda estava pendente o julgamento de mandado de segurança da Perenco, parceira da OGX na exploração de três blocos na Bacia do Espírito Santo e com crédito de R$ 69 milhões a receber. Segundo fontes, havia conversas entre as duas empresas para que a Perenco desistisse da ação.

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O pedido é similar ao da fabricante de sondas Diamond Offshore, que chegou a obter liminar determinando que apenas credores listados na recuperação poderiam votar, mas desistiu da ação na última sexta-feira, como noticiou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Os bastidores dão conta de que a OGPar se valeu do fato de a Diamond ainda ter contratos de fornecimento para o bloco BS-4, para pressionar pela desistência do recurso.

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A decisão a favor da Diamond ou da Perenco deixaria de fora da assembleia os bondholders, que possuem US$ 3,6 bilhões em títulos da ex-OGX. A maior parte deles é representada pelo Deutsche Bank, instituição depositária dos bônus, que informou que não irá votar em nome do grupo.

Hoje, em teleconferência com analistas, o presidente da OGPar, Paulo Narcélio, dizia ter confiança na recuperação financeira do grupo e na aprovação do plano. “É imprescindível para que possamos arcar com os investimentos necessários e a continuidade de nossas atividades “, disse.

Em 2014, a empresa projeta que terá que investir R$ 260 milhões no campo de Tubarão Martelo, na bacia de Campos, em que estima obter receita de R$ 1 bilhão. Outros R$ 284 milhões serão destinados ao BS-4 – do qual a OGX detém 40%, em sociedade com Queiroz Galvão (30%) e Barra Energia (30%) – e que só começará a produzir no fim de 2015 ou início de 2016.

A reestruturação financeira da OGX vem sendo conduzida pela consultoria Angra Partners, que costurou no fim de 2013 o acordo pelo qual os principais credores do grupo se comprometeram a injetar US$ 215 milhões em novos recursos para dar fôlego à operação. A empresa recebeu parte disso, mas outros US$ 90 milhões dependem da aprovação do plano. Ele prevê ainda que os credores se tornem os novos controladores da OGX, com Eike passando a ser minoritário.