Nem a queda de 25% da OGX em setembro conseguiu tirar a bolsa da liderança do ranking de investimentos do mês. O Índice Bovespa subiu 4,65% e teria chegado a 6% de valorização não fosse o peso que os papéis da petroleira de Eike Batista ainda possuem no principal índice acionário. O mês foi marcado também por uma inversão da rentabilidade do dólar e do ouro, que registraram fortes perdas.

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O comportamento dos mercados que influenciou a rentabilidade dos investimentos ainda esteve muito ligado às dúvidas sobre a condução da política monetária americana pelo Federal Reserve (Fed). No dia 15 de setembro, o comitê americano surpreendeu ao comunicar que não iria começar o processo de redução da compra mensal de US$ 85 bilhões em títulos que abastecem o mercado com dólares. A expectativa em torno do fim do programa de estímulos dos Estados Unidos está afetando os mercados mundiais desde maio quando o presidente do Fed, Ben Bernanke, sinalizou pela primeira vez que poderia reduzir os estímulos. Chegou a ser dado como certo que a redução começaria em setembro.

“Nossos cenários de trabalho mudaram completamente desde 15 de setembro com o cavalo de pau dado pelo Fed”, diz o diretor de investimentos da gestora de recursos Schroders, Marcos De Callis. “As incertezas internas e externas são muitas e o ideal é aplicar no DI”.

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Os fundos DI tiveram em média rendimento de 0,54%, e apesar do retorno menor do que a bolsa podem ser melhor opção no curto prazo já que a valorização da Bovespa se deveu, em grande parte, ao movimento dos investidores estrangeiros. De acordo com De Callis, os fluxos mostram que esses investidores estão aplicando via ETFs (fundos de investimentos em índices de bolsa) e não diretamente na compra de ações, o que pode significar um movimento de curtíssimo prazo.

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O professor de finanças do Insper, Michael Viriato, diz que desde 1995 foram poucas as vezes em que o Ibovespa subiu por três meses consecutivos e, em geral, tiveram um quarto mês de alta. De qualquer forma, o professor lembra que pode ser o momento de realizar os ganhos dos últimos meses. Além disso, o administrador de investimentos Fábio Colombo lembra que a bolsa continuará sendo afetada pelas notícias vindas dos Estados Unidos, na questão da dívida e do orçamento americano.

 

Quanto ao dólar, a queda expressiva frente ao real, de quase 7% no mês, leva os especialistas a recomendar a compra da moeda para quem tem viagem programada. Com a decisão do Fed de postergar o fim do programa de estímulos, o dólar, que chegou a valer R$ 2,45, está agora valendo R$ 2,21. As estimativas dão conta de que deva ficar entre R$ 2,20 e R$ 2,30 neste ano. Logo, a cotação atual está na ponta de baixa da expectativa geral do mercado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.