O volume de serviço para os Trabalhadores Portuários Avulsos de Paranaguá (TPAs) cresceu 36% no primeiro semestre do ano. Foram 307,8 mil convocações de trabalho em seis categorias diferentes: estivadores, conferentes, consertadores, arrumadores, vigias e bloco. No mesmo período de 2010, foram 225,9 mil chamados de trabalho.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) considera que o acréscimo de 13% na movimentação geral de mercadorias pelos portos paranaenses entre janeiro e junho motivou a maior procura por mão-de-obra. Considerando apenas a categoria dos estivadores, o volume de trabalho cresceu 50% no período. Entre os trabalhadores do bloco – aqueles que fazem o serviço de limpeza e conservação dos navios – o crescimento foi de 46%.
Além do aumento no volume de trabalho, os TPAs também registraram aumento de salários. Eles recebem por serviço prestado e, no semestre, foi registrada alta de 17,89% no ganho destes trabalhadores, somando R$ 61,87 milhões pagos a cerca de três mil pessoas.
De acordo com o diretor executivo do Órgão Gestor de Mão de Obra Portuária (Ogmo-PR), Hemerson Costa, o aumento no volume de trabalho e a consequente alta na remuneração tem animado os trabalhadores. “Com o aumento da oferta de trabalho e remuneração maior, gera-se uma melhor condição de vida para os trabalhadores e isso incentiva a economia”, destaca ele. “Não há dúvidas de que isso só foi possível em função da melhora na atividade portuária”, disse.
Costa explica que um navio de fertilizantes, por exemplo, gera 120 ofertas de trabalho por dia. São cerca de 30 homens trabalhando por turno de seis horas numa embarcação. Como a atividade portuária funciona 24 horas por dia, são quatro turnos diários, gerando mais postos de trabalho. De janeiro a junho, atracaram em Paranaguá 122 navios, volume 7,5% maior do registrado no mesmo período de 2010.
O governador Beto Richa tem destacado que todas as mudanças e melhorias que estão sendo realizadas nos portos paranaenses também têm como intuito melhorar a vida dos trabalhadores. “Todos os avanços conquistados no porto tem que refletir na melhoria de qualidade de vida das pessoas que dependem do terminal para o sustento da família”, diz.
Reflexos econômicos
O aumento na atividade portuária, seguido do crescimento no volume de trabalho e consequente ganho salarial, estão movimentando a cidade de Paranaguá. De acordo com o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), é notória a mudança de ânimos na cidade. “Temos mais dinheiro circulando na praça. Apesar de não termos estatísticas ainda, é notório o aquecimento das vendas no comércio”, disse.
Além disso, Hamoud destaca que Paranaguá está mudando seu perfil de cidade de pequeno porte para médio porte e o grande indutor destas mudanças é o Porto. A chegada de novos e grandes empreendimentos na cidade está, segundo ele, baseada no desenvolvimento do Porto de Paranaguá e também nas perspectivas de crescimento do terminal.
Ele relata que um shopping que está em fase final de construção e deve começar a funcionar em breve e uma loja de departamentos internacional vai se instalar na cidade. Além disso, a cidade está recebendo empreendimentos imobiliários de grande porte, como uma grande rede hoteleira internacional que está construindo um hotel com 10 andares na cidade. “Empresas deste porte só fazem investimentos tão expressivos assim em locais onde há confiança de que haverá crescimento”, avalia.
Levando-se em conta que cerca de 80% da economia de Paranaguá está direta ou indiretamente ligada à atividade portuária, o bom desempenho do Porto reflete diretamente nos ganhos para a cidade. Segundo o presidente da Aciap, a gestão profissional do Porto transmite confiança aos investidores. “O governo do estado tomou uma decisão acertada de primar pela gestão profissional dos portos e, além disso, colocar na administração dos portos pessoas da cidade, sensíveis aos problemas e necessidades locais”, disse.