A venda da participação da Infraero nos quatro aeroportos já concedidos à iniciativa privada não fecha a porta para uma eventual abertura de capital da empresa de administração de aeroportos, afirmou nesta quarta-feira, 23, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella. “Não acaba com a possibilidade de abertura de capital. Teremos o leilão de 14 aeroportos, e (a oferta de ações) continua no radar do governo, sim”, disse.
Ao final do trabalho de concessões dos novos aeroportos listados para a privatização é que o governo vai apontar o caminho para a Infraero. “Queremos um sistema aeroportuário que tenha um sistema sustentável, e que o operador tanto público quanto privado possam ocupar esse espaço de forma harmônica, com concorrência saudável”, disse Quintella.
A preocupação do governo é com a sustentabilidade da empresa. Segundo o ministro, a Infraero já chegou a um balanço negativo de R$ 3 bilhões. Com medidas de redução de gastos, isso deve ser reduzido a aproximadamente R$ 700 milhões, mas ainda requer iniciativas para sanar a empresa. Por isso a oferta de ações não está descartada.
Quintella explicou ainda que, no caso dos 11 aeroportos que serão ofertados em bloco (seis no Nordeste e cinco no Centro-Oeste), o governo ainda avalia se cada bloco terá um ou mais operadores. “Isso será definido pelos estudos”, disse. O que já está certo, afirmou o ministro, é que o aeroporto de Congonhas será vendido de forma isolada, por um preço mínimo de R$ 5,6 bilhões.
Parque Olímpico
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, afirmou que a infraestrutura do Parque Olímpico é sólida, mas que o modelo desenhado para a construção do complexo esportivo é “pouco fácil”. Segundo ele, o fato de o terreno ser da prefeitura e dos recursos para a construção terem sido bancados pelo governo federal é um complicador. A União e a prefeitura têm uma relação contratual para a operação do complexo de 25 anos.
Moreira disse que foi feita uma recomendação para que o Banco Nacional de Desenvolvimentos Econômico e Social (BNDES) faça um estudo detalhado sobre o Parque Olímpico e para que se possa ter “diversas arenas capazes de serem concedidas à iniciativa privada.” “Além desses estudos, inclui-se também os estudos necessários para a revitalização do Rio São Francisco”, destacou.