Convidado de honra pela bancada do Mato Grosso a participar de sua reunião, juntamente com grande parte dos agricultores da região centro-oeste, sudeste e grande número de dirigentes, o deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) – foto – se destacou ao fazer, para os presentes, uma análise sobre o momento econômico pelo que passa o setor agrícola brasileiro. Segundo Odílio Balbinotti, atualmente o País está crescendo em níveis nunca esperados e o setor agrícola é responsável pelo menos por 50% deste sucesso.
As chuvas estão vindo no tempo certo. Os agricultores estão recebendo grandes benefícios do agrobusines, os resultados financeiros estão sendo invejáveis em relação há alguns anos passados, todos estão satisfeitos com os resultados, "mas uma bomba de efeito retardatário aguarda todo o setor agrícola e não sabemos em que instante ela vai explodir", alertou Balbinotti. Segundo o parlamentar paranaense, os R$ 87 bilhões de dívidas dos agricultores existentes nos bancos sinalizam o perigo e, sem um processo consistente de securitização, aumenta o risco do endividamento. As taxas de juros exorbitantes preocupam todos os segmentos da produção e aí está embutido a dívida interna, o dólar continua fraco, promovendo um disparate entre o que se produz e o que se recebe. Os preços das commodities agrícolas começam a serem desvalorizadas pelos bancos internacionais. A crise financeira dos Estados Unidos "acende a luz vermelha financeira" em todas as instituições financeiras do mundo. O Banco Central da União Européia começa a chamar atenção para todos os segmentos produtivos e, diante deste desca-labro financeiro, aonde vão parar os agricultores brasileiros??, indaga Odílio Balbinotti.
Segundo o deputado, está na hora de o setor começar a buscar solução prática para o equacionamento desses pro-blemas, a começar pela redução dos custos de produção, garantir renda aos produtores, encontrar um equilíbrio entre o setor produtivo e a legislação ambiental de forma a não gerar conflitos entre a produção agropecuária brasileira, e a preservação do meio ambiente.
Ainda segundo Odílio Balbinotti, ?isso passa pela elaboração de planejamento estratégico para a agropecuária do país, a discussão da tributação no agronegócio, criação de uma agência reguladora dos preços de insumos e máquinas agrícolas, novas regras para o sistema de rastreabilidade do gado de corte, incentivo à comercialização da produção agropecuária, defesa sanitária animal e vegetal, pela urgente renegociação das dividas dos agricultores, a securitização, a abertura de novos créditos para a nova safra e com mais veemência a reforma tributária". "Não podemos esquecer que os agricultores sempre são penalizados de maneira absurda quando a questão são os tributos. Temos que ter em mente, por exemplo, outras tentativas de reforma quando ficamos a reboque da boa vontade de alguns iluminados. Não podemos perder de vistas as ações econômicas que estão sendo engendradas nos bastidores e muito menos sermos pegos de surpresa por promessas que, de imediato, prejudicam os trabalhos de produção agrícola". Odílio acredita que a bancada ruralista tem que montar uma vigília ininterrupta para que o setor não seja surpreendido por medidas assacadas de um "saco de maldades". "Confio no presidente Lula e na sua equipe econômica, principalmente nos minis-tros Paulo Bernardos do Planejamento Guido Mantega, da Fazenda; Reinhold Stephanes, da Agricultura; e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, porém temos que ficar atentos às ações de segmentos técnicos, que normalmente aparecem com novidades miraculosas", concluiu.
