Sob novo comando, a Odebrecht Óleo e Gás se prepara para um novo ciclo de investimentos com foco na internacionalização dos seus negócios, sem perder de vista as oportunidades crescentes no País. Até 2017, a empresa espera se consolidar na América Latina e em Angola, mas também está atenta às novas embarcações e plataformas que a Petrobras precisará para executar seu plano de negócios com a produção dos volumes excedentes da cessão onerosa.
“Pretendemos ter uma participação ativa desse plano de investimentos da Petrobras, obviamente, dentro dos limites macroeconômicos da nossa empresa”, afirmou Roberto Simões, o novo executivo da companhia. Os limites não são baixos. A previsão de faturamento, para este ano, é de R$ 3,5 bilhões – quase 60% superior ao resultado de 2013. “Nós acreditamos nesse mercado e estamos nos posicionando para aproveitar as oportunidades que estão no caminho.”
A parceria com a Petrobras marcou o primeiro ciclo de investimentos da Odebrecht OG, com volume de US$ 5,5 bilhões até 2015. Nos últimos três anos, sete plataformas de perfuração offshore entraram em operação para a estatal. A Petrobras também tem contrato de afretamento de uma FPSO com a companhia. Outras cinco sondas, em construção pela Sete Brasil, estão previstas até 2016 e novos contratos estão em negociação.
“Já estamos participando de algumas concorrências para outros navios FPSO, de produção, para a Petrobras, em Tartaruga Verde e Mestiça, e Libra. E estamos de olho em outras oportunidades de outros navios de produção também para a Petrobras”, afirmou Simões. A referência é para as demandas de até 10 novas plataformas FPSO e embarcações de apoio necessárias para o desenvolvimento da produção nas quatro áreas (Florim, Nordeste de Tupi, Búzios e Entorno de Iara) em que a Petrobras foi contratada sem licitação, em junho.
“Os números no Brasil são impressionantes, até maiores do que lá fora. Mas o que estamos buscando é diversificar os negócios é importante não ser uma companhia de um único cliente”, destacou. Para isso, o foco será a internacionalização dos negócios. Entre os países alvo estão Argentina, Venezuela, México e Angola, considerados “com cenários mais aderentes com as nossas forças”. “Estamos começando do zero. Teremos um tempo de maturação maior para esses projetos, entre três e cinco anos.”
Os números para o próximo ciclo de investimentos ainda não foram apreciados pelo conselho, mas o novo presidente descartou a possibilidade de uma abertura de capital “no curto prazo”. “Temos analisado todos os projetos novos, avaliando a concorrência e a capacidade econômica. São projetos grandes, de US$ 1,5 bi cada. Vamos caminhar dentro daquilo que a companhia tenha condição ou que possa buscar no mercado”, disse Simões. “Está tudo equacionado.”
A Odebrecht Óleo e Gás foi formada em 2006 como parte da diversificação de negócios e hoje responde por 2,2% das receitas do grupo. Simões substitui Roberto Ramos, que passa a ocupar o cargo de “sênior advisor” do conselho da companhia. O novo executivo atuava como vice-presidente desde 2012, e já tinha experiências em outras empresas do grupo, como a petroquímica Braskem.
Além da área de construção e afretamento de plataformas, a companhia atua nos segmentos de serviços, manutenção e construção submarina. Para manter as apostas de crescimento, o desafio é atender às exigências de conteúdo local. “Temos superado uma série de obstáculos e com grandes avanços na produção de vários itens no País, mas ainda tem um longo caminho para dizer que estamos estabilizados. Não é uma corrida de cem metros, é uma maratona”, conclui.