O problema no setor de infraestrutura brasileiro não está no financiamento das obras, mas nas garantias das mesmas devido ao risco político e de construção, de acordo com Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht. “Os bancos não aceitam o risco da contrapartida pública que vem de parcerias público-privadas (PPPs)”, avaliou ele, em debate promovido pelo BID e pela prefeitura de São Paulo, nesta terça-feira, 10.
Outro ponto que merece atenção no setor de infraestrutura, segundo o executivo, está relacionado à formação de mão-de-obra. Ele disse que não há mão-de-obra no País capacitada para fazer frente aos projetos previstos. Nos últimos anos, conforme o executivo, a Odebrecht gastou mais de R$ 50 milhões formando pessoas que não trabalham no setor de infraestrutura e que seis meses antes de iniciar um novo projeto a empresa inicia um trabalho de formação de mão-de-obra.
“Nos países da América Latina, o índice de desemprego no setor de construção está em 5%, 7%. No Brasil, beira a zero. Se começarem todos os projetos previstos, que são bem vindos, temos de pensar seriamente na formação de mão de obra”, disse o presidente da Odebrecht. “Há pessoas trabalhando em obra pela primeira vez. Precisamos pensar seriamente em educação e formação de mão de obra se quisermos fazer frente ao déficit de infraestrutura no Brasil”, concluiu.