O atual nível da taxa básica de juros (Selic), em 11%, dificulta o investimento em infraestrutura no longo prazo, segundo o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. “Hoje tem taxa de juros alta para ativos de curto prazo. Vai ter sempre desinteresse”, afirmou ele ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência EStado, referindo-se à possibilidade de atração de financiamento a partir de bancos privados.

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Nessa condição, segundo ele, há desinteresse de bancos privados em conceder financiamento para projetos de infraestrutura porque eles podem ganhar mais com empréstimos de curto prazo. Por isso, segundo Odebrecht, é importante a presença das instituições bancárias oficiais, notadamente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Precisamos ver como faremos, com o tempo e de maneira gradativa, para incorporar o setor privado e diminuir o peso do setor público”, afirmou o executivo, após participar de debate em evento organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela Prefeitura de São Paulo. “Vejo hoje muita discussão e muita vontade, mas ainda não percebo interesse do setor privado” complementou.

Mais cedo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, revelou que o banco de fomento está em conversações com os bancos privados com o intuito de “compartilhar” o financiamento de grandes projetos de infraestrutura no País. A proposta do BNDES é atrair os bancos privados principalmente para projetos considerados de menor risco.

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Contudo, o Brasil precisa solucionar o que Odebrecht classifica como uma “distorção”: “Enquanto tivermos a taxa de juros mais alta do mundo, não haverá interesse”, enfatizou. “Precisamos olhar menos quem financia e mais como atrair o setor privado para isso. Enquanto você tem a taxa de juros que se pratica aqui no Brasil, fica difícil querer investir em infraestrutura em um prazo de 20 anos”, completou.

Questionado sobre a possibilidade de o governo elevar a taxa de juros de longo prazo (TJLP), Odebrecht destacou que qualquer mudança terá impacto direto na atratividade dos projetos de infraestrutura.

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