Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

Carlos Ebner: na espera de novas rotas no Brasil.

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De olho no mercado de aviação, que cresce cerca de 15% ao ano em número de passageiros, e pela lacuna deixada pela Varig, a OceanAir pretende atingir a liderança da América Latina em quatro anos. Para isso, vem ampliando a frota e os trechos operados, e aposta no bom atendimento e preço para conquistar os passageiros. Desde o final de junho a empresa está operando com vôos diários de Curitiba para São Paulo, e fazendo ligações, sem troca de aeronave, para Salvador, Recife, Fortaleza, Aracaju e Maceió, além de manter os vôos de Curitiba a Cascavel.

A OceanAir pertence ao Synergy Group, que atua fortemente na área de petróleo e aviação em países como a Colômbia, Equador e Peru. O grupo também controla, desde 2004, a companhia aérea Avianca, a mais antiga da América Latina, criada em 1919. No Brasil, a empresa foi criada em 1998 para atuar no segmento de taxi aéreo para prestar serviços a empresas do setor de petróleo na Bacia de Campos (RJ). Em 2002 a companhia começou a operar linhas regionais entre os aeroportos de Guarulhos (SP), Santos Dumont (RJ), Macaé e Campos (RJ), e conseguiu do Departamento de Aviação Civil (DAC) a autorização para operar como empresa de transporte aéreo regular de passageiros.

Com esse novo status a OceanAir espera saltar dos atuais 2% do mercado doméstico para 8% até o final de 2006. Atualmente possui 20 aeronaves operando no País -7 Brasílias (30 lugares), 3 F-50 (48 lugares) e 10 MK-28 (100 lugares) – em 120 trechos e 30 destinos, mas já adiantou a compra de outros 33 aviões, que serão distribuídos entre a OceanAir e Avianca. No mês passado transportou 51 mil passageiros, e espera fechar o ano com 150 mil. Para isso também está apostando nas rotas internacionais. A OceanAir teve aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vôos para Lima e Las Vegas, que devem começar a operar em setembro. E ainda, esperam liberação para Bogotá, Caracas e Nigéria – o interesse por esse destino é devido à ligação do grupo com petróleo.

Curitiba

De acordo com o presidente OceanAir, Carlos Ebner desde o ano passado a empresa identificou um mercado que cresce cerca de 15% ao ano, ou seja, cerca de 10 a 15 milhões da população voando, mas que tem potencial para atingir 30 milhões. Além disso, acredita na exploração do mercado internacional, tendo com meta ser líder no segmento na América Latina até 2010. Ele adiantou que devem aplicar US$ 100 milhões em equipamentos e sistemas, mas não abriu os números em relação ao faturamento.

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A abertura de novas rotas no Brasil, Ebner disse que irá depender do desfecho da Varig, apesar de não existir nada definido. Os vôos diários de Curitiba, disse, ?foram feitos sob medida? para atender principalmente aos passageiros que fazem conexões internacionais. Nos últimos três dias o avião deixou a capital com 70% da ocupação. Ele garante que as tarifas praticadas são competitivas – podendo ser parceladas em até 5 vezes no cartão de crédito -, mas será com o atendimento que eles pretendem conquistar os passageiros. Para isso, adaptou as refeições servidas durante os vôos as estações do ano, e aumentou a distância entre as poltronas.

O executivo reafirmou a intenção da empresa na aquisição da Varig, dizendo que isso seria estratégico para acelerar o crescimento do grupo. Apesar de lamentar que as propostas não foram aceitas no início das negociações, a imprensa nacional divulgou ontem que a OceanAir continua se articulando para participar do novo leilão da Varig, marcado para o dia 17. A companhia deve manter a proposta de US$ 150 milhões pela Varig, mas só fará a oferta se a companhia não herdar dívidas trabalhistas e tributárias.

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